"Câmara vai decidir sobre o prosseguimento da denúncia contra Michel Temer por corrupção passiva". Como se pode conferir aqui, óh!, foi assim, ipsis verbis, a notícia de abertura do Jornal Nacional da última terça, 1º, véspera do dia em que os deputados federais acharam por bem não seguir o script determinado pelos irmãos Marinho e Rodrigo Janot, chutaram o balde e -- servicinho bem asseado! -- tiveram a "ousadia" de decidir exatamente o contrário.

Aquele JN, porém, não se destinava aos telespectadores em geral, mas especificamente aos parlamentares, sob a forma de uma ameaça velada, tipo: ou afastam esse turco, ou tão na pica do saci. Seria o corolário de uma armação que começou com uma denúncia inepta do procurador-geral da República -- e quem diz isto é o presidente do Sindicato Nacional dos Delegados da Polícia Federal, Carlos Eduardo Sobral, conforme pode se comprovar aqui.

Tanto na Vênus Platinada quanto na PGR, a expectativa -- e a torcida --, tão logo foi revelado o teor da denúncia a 16 de maio, era que Temer não aguentaria uma semana no cargo. Especulou-se até em fuga, pedido de asilo, suicídio, o caralho de asa. Contudo, dois dias depois, 18/05, o presidente assegurou que não renunciaria e que lutaria com todas as armas legais -- incluindo a ecumênica liberação de emendas parlamentares, claro. É do jogo.

E lá se vão quase três meses nessa latomia, sem nenhum "fato novo" sob a forma de flecha na aljava de Janot que possa ferir de morte o marido da Marcela, pelo menos até janeiro de 2019. O melhor, sem aspas, de tudo: o pooovo "estarão" livre até lá das diárias repetições do áudio da gravação de Joesley Batista e dispensado de acompanhar na TV lições de moral das vestais paridas do PCdoB, Psol, Rede e partidecos satélites dos petralhas.

Ministro Luiz Fux considerou a delação do ex-governador Silval Barbosa "monstruosa". Por certo há algum exagero do relator do caso, a quem cabe homologar ou não a denúncia. "Só perde para a Lava-Jato", falou. Só não disse que é coisa de arrepiar os cabelos por uma razão muito singela: aquela peruca modelito Eike Batista não deixa. Se por desventura um dia o meritíssimo aprontar, for preso e tiver que rapar as madeixas vai passar vergonha. Se vai!

De uns tempos a esta parte, ocupar a Casa Civil de Mato Grosso é meio caminho andado rumo ao Casão. Repetindo: é cargo talhado para as putas véias e não para espiroquetas.