O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta terça-feira a abertura de um inquérito para investigar suposto favorecimento do governo do presidente Michel Temer (PMDB) à empresa de terminais portuários Rodrimar S/A por meio do decreto 9.048/2017, que modificou a regulamentação do setor.
Mais de 4 milhões e 275 mil produtores rurais, atendendo às exigências do novo Código Florestal (Lei n.º 12.651, de 25 de maio de 2012), registraram seus imóveis no Cadastro Ambiental Rural.
Todo esse esforço será jogado no lixo caso o Supremo Tribunal Federal acolha ações impetradas pelo Ministério Público, PSOL, PV e ONGs, que devem ser julgadas amanhã em seu plenário.
Apesar do desgaste do procurador-geral Rodrigo Janot, o Supremo Tribunal Federal não deverá afastá-lo das investigações contra o presidente Temer no caso JBS.
Também existe a tendência de o Supremo não anular as provas obtidas no acordo de colaboração do Grupo J&F, que controla a JBS, ao menos neste primeiro momento.
Escrevi ontem um post cujo titulo era este: “Miller avisou: não cai sozinho; se for para a cadeia, dá-se como certo que Janot vira um alvo”. Pois é…
O que se comenta em Brasília é que, ao negar a decretação da prisão temporária de Marcelo Miller – o que é, em si, uma humilhação para um procurador que era braço-direito do chefão do MPF –, Edson Fachin, ministro do Supremo, estava apenas prestando um favor a Rodrigo Janot.
Vale dizer: iria confirmar que Janot sempre soube de tudo e que toda a operação que resultou na gravação da conversa do presidente foi armada com o conhecimento da cúpula da PGR, muito especialmente… Janot!
Se Miller era o seu homem de confiança nos assuntos ligados ao MPF, Eduardo Pelella (foto), o chefe de gabinete, está na conta do assessor pessoal, do Sombra, do carregador de malas.
O relatório da Polícia Federal que investigou o PMDB na Câmara será usado por Rodrigo Janot na segunda denúncia contra Michel Temer. As investigações apontaram que Temer integrou organização criminosa voltada para obter propina em órgãos públicos.
Os próprios investigadores avaliam, contudo, que, embora o relatório seja consistente, Janot está enfraquecido e qualquer denúncia apresentada por ele tende a ser rejeitada pela Câmara.
Essa mudança de dia de publicação ainda não foi devidamente assimilada. Uma coisa era escrever na madrugada de quinta a crônica distribuída no final de semana. Outra, bem diferente, é fechar o texto no domingo à noite para publicação na edição de terça.