Ãudios apontam repasses de R$ 1,8 milhão da Odebrecht a Paulinho da Força 03/06/2019
- O ESTADO DE S.PAULO
Conversas de Skype registradas pela transportadora de valores usada pela Odebrecht para efetuar pagamentos ilÃcitos em São Paulo indicam quatro entregas de dinheiro no valor total de 1,8 milhão de reais para o chefe de gabinete do deputado federal Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força.
“Acertamos 1 milhão de reais de contribuição.â€
O ex-executivo relatou que o repasse foi feito em duas parcelas e estava vinculado ao apoio polÃtico de Paulinho à empresa em uma greve ocorrida na Embraport, empresa que era do grupo, no Porto de Santos, em novembro de 2013, e da invasão da sede da Odebrecht por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) em maio de 2014, em protestos contra a Copa do Mundo.
Segundo ele, a Odebrecht já contribuÃa legalmente com 100.000 reais todo ano para a realização da festa de 1.º de Maio organizada pela Força.
Segundo planilha da Odebrecht anexada ao acordo de colaboração, dois pagamentos de 500.000 reais foram feitos nos dias 4 e 11 de setembro de 2014 com as senhas “volkswagen†e “chevroletâ€, respectivamente.
As conversas de Skype trocadas entre funcionários da transportadora indicam, no entanto, que outros dois pagamentos teriam sido feitos ao chefe de gabinete de Paulinho na sede da Força Sindical.
Um de 500.000 reais no dia 22 de agosto, com a senha “fordâ€, e outro de 300.000 reais em 16 de setembro, com a senha “pandeiroâ€.
Neste, inclusive, há uma ligação gravada entre um operador do doleiro da Odebrecht chamado Márcio Amaral e o assessor do deputado.
No áudio, obtido pelo jornal O Estado de São Paulo, Amaral avisa a Marcelo Cavalcanti que “meu pessoal vai entregar uma documentação para vocêâ€, e pede para que o assessor de Paulinho aguarde para receber a “encomendaâ€.
“Tô no aguardoâ€, respondeu o chefe de gabinete.
O advogado Eduardo Toledo afirmou que ainda não teve acesso à s conversas de Skype nem áudio relacionado ao deputado, mas que ele “tem dito que não recebeu doação ilegal para campanha eleitoral e nenhum outro recurso ilegal da Odebrechtâ€.
Procurado, Marcelo Cavalcanti não quis se manifestar. A Odebrecht disse que “tem colaborado de forma eficaz com as autoridades em busca do pleno esclarecimento dos fatos narrados pela empresa e seus ex-executivosâ€.