A reportagem do Estadão confrontou os dados da planilha e do registro de conversas de Skype entregues por um ex-funcionário da Transnacional à PolÃcia Federal com a programação semanal de pagamentos feita pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, o departamento de propina da empreiteira.
As entregas abarcam um perÃodo que vai de maio de 2013 a maio de 2015 e envolvem mais de R$ 200 milhões em repasses.
Nos arquivos da transportadora aparecem, por exemplo, quatro pagamentos no valor total de R$ 2 milhões a uma pessoa chamada Ademir Scarpin.
As datas, valores e senhas coincidem com os pagamentos vinculados ao codinome “Sócio 1†na planilha da Odebrecht, que, por sua vez, está relacionado à obra Blumenau.
A reportagem procurou Scarpin por telefone em sua empresa de consultoria, deixou recado, mas não obteve retorno.
Ao todo, a reportagem identificou pagamentos vinculados a 22 codinomes ainda obscuros, como “Avessoâ€, “Babaçuâ€, “Crenteâ€, “Dr. Silvana†e “Lelecoâ€.
O maior valor supostamente pago está atrelado ao codinome “PrÃncipeâ€.
Casimiro já foi apontado como portador da propina de R$ 3 milhões que resultou na condenação de Bendine a 11 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, em março de 2018.
Neste caso, contudo, o codinome de Bendine na planilha da Odebrecht era “Cobraâ€. Ele nega as acusações.
A lista inclui ainda dois codinomes vinculados à Arena Corinthians, construÃda pela Odebrecht para a Copa de 2014: “Papai Noel†e “Azeitonaâ€.
No primeiro caso, o suposto pagamento, no valor de R$ 500 mil, foi feito a uma pessoa chamada Erasmo em um apartamento nos Jardins. Já o segundo teria sido para Epaminondas.
Na maioria dos casos, o apelido identifica o verdadeiro beneficiário dos pagamentos de propina e caixa 2, enquanto que os nomes que aparecem nos arquivos da transportadora costumam ser os dos intermediários encarregados de pegar o dinheiro para os polÃticos.
A reportagem indagou a PGR se ela sabe a quem se referem os codinomes ainda não identificados, mas o órgão informou que não pode se manifestar sobre o assunto porque os acordos de colaboração são sigilosos.