Após a PolÃcia Federal pedir a libertação e em seguida voltar atrás, ontem, a Justiça Federal de BrasÃlia decidiu manter preso Danilo Marques, um dos quatro suspeitos de hackear as mais altas autoridades da República.
A PF apontou novos elementos que desmentem a afirmação de Danilo de que não tinha conhecimento das atividades do suposto lÃder do grupo, Walter Delgatti Neto, e reforçam a conexão entre ambos.
“Após o encerramento da extração e espelhamento dos arquivos de mensagens de conversas armazenadas no aparelho celular de Danilo Cristiano, verificou-se que o mesmo teria de fato conhecimento das invasões a contas de aplicativos do Telegram que eram realizadas por Walter Delgatti Neto, bem como foi observada a intensa troca de mensagens indicativas da participação de Danilo Cristiano Neto em fraudes bancárias juntamente com outras pessoasâ€, disse o delegado LuÃs Flávio Zampronha, responsável pelo caso na PolÃcia Federal.
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O juiz Vallisney Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal, concordou com o novo posicionamento.
“A PolÃcia Federal (…) constatou que Danilo Marques tinha conhecimento das invasões a contas de aplicativos Telegram que eram realizados por Walter Delgatti Neto (…), razão pela qual revê seu posicionamento e solicita a manutenção da custódia temporáriaâ€, escreveu Vallisney em sua decisão.
A prisão temporária de Danilo Marques, Walter Delgatti Neto, Gustavo Henrique Santos e Suelen Priscila Oliveira encerra no fim desta quinta-feira, 1º.
A PF ainda analisa se irá pedir prorrogação das prisões – no caso, conversão à prisão preventiva, sem prazo de duração.
Enquanto isso, a investigação avança tentando identificar se houve pagamento pelo material hackeado e tentando rastrear as movimentações bancárias e em criptomoedas dos investigados.
“Ao que parece, são quatro pessoas que estão muito longe de serem especialistas. Se estão fazendo isso, pessoas com maior conhecimento podem fazer muito maisâ€, afirmou.
A área de trabalho de um laptop atribuÃdo a Delgatti em poder da PolÃcia Federal expõe dezenas de atalhos com os nomes de autoridades.
Lá aparecem “Witzelâ€, possivelmente o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), e o ex-governador do Rio Luiz Fernando Pezão (MDB), preso pela Lava Jato.
A PF apura quem teve mensagens capturadas, de fato, ou se houve apenas uma tentativa.
As pastas criadas para cada um dos alvos estão sob análise da perÃcia da PF. O jornal não obteve o conteúdo de mensagens trocadas entre os interceptados.
A uma pessoa que lhe pediu o telefone do jogador Neymar, Delgatti escreveu: “Tenho, da Europaâ€.