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Sambista "toca" Secretaria de Agricultura
16/01/2002 - Marcos Antonio Moreira -- fazperereca@yahoo.com.br

Se alguém disser que lascas de bananeira e mourões de cerne de embaúba são as melhores madeiras para cerca, é bastante provável que secretário estadual de Agricultura acredite e passe a "novidade" adiante.

Para quem não sabe, não se faz lasca de bananeira e a embaúba não tem cerne, por tratar-se de uma madeira oca.

Nada a estranhar nesta Era Dantesca, porque o deputado estadual Chico Daltro, o atual secretário, chegou ao cargo não por suas qualificações e conhecimentos na área da pasta que comanda, mas por outra razão, digamos assim, bem mais "convincente".


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Daltro -- passista emérito do Bloco Carnavalesco Beleza Pura e funcionário licenciado da Caixa Econômica Federal -- conseguiu o cargo depois de ameaçar colocar sua assinatura em um requerimento de CPI para investigar as incestuosas relações da Secretaria de Comunicação Social do Governo do Estado, a Secom/MT, com o Grupo Gazeta&Planeta.

Daltro sucedeu ao professor de História Wilson Santos, na época deputado estadual, que aceitou comandar a pasta logo depois de abrir mão da disputa pela Prefeitura de Cuiabá pelo PMDB, em favor de uma ampla coalização -- dita de esquerda -- que elegeu em 96 o atual prefeito da Capital Roberto França para o primeiro mandato.

Santos deixou o cargo, no primeiro trimestre de 98, por conta de violentas críticas à atuação da primeira-dama, Thelma de Oliveira, de quem, hoje, além de correligionário -- trocou o PMDB pelo PSDB -- se confessa novamente um fervoroso admirador.

É para isto, para abafar escândalos e acomodar interesses políticos que a pasta da Agricultura, em Mato Grosso, vem servindo durante a Era Dantesca ou Era do Desfrute.

À exceção do primeiro ocupante, indicado pelo então vice Márcio Lacerda, Jeremias Pereira Leite, nenhum deles tinha ou teve qualquer embocadura ou intimidade com o agrobusiness.

Em nenhum momento, desde então, produtores e lideranças do setor sequer foram consultadas.

"Apesar do governo" -- conforme vaticinou o colonizador Ariosto da Riva, fundador de Alta Floresta -- a agricultura e a pecuária em Mato Grosso vem registrando safras e cifras espetaculares.

Safras e cifras que poderiam ser ainda mais espetaculares se o setor, em termos de governo, fosse tratado com um mínimo de pudor e de seriedade.

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