Plano terrorista em Londres previa ¨assassinato em massa¨ 10/08/2006
- BBC Brasil e Folha Online
O objetivo de um suposto plano para explodir aviões partindo da Grã-Bretanha era ¨cometer assassinatos em massa¨, disse nesta quinta-feira o vice-chefe da polícia londrina, comissário Paul Stephenson.
A trama foi desbaratada pela Scotland Yard, que nesta madrugada prendeu 25 suspeitos nas cidades de Londres, Thames Valley e Birmingham. Dos presos, 21 permanecem sob custódia, informou o comissário.
O plano visaria principalmente os vôos destinados aos Estados Unidos partindo dos aeroportos londrinos – os americanos também reforçaram a segurança de seus aeroportos.
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Na Grã-Bretanha, o governo elevou o alerta de ataques terroristas de ¨severo¨ para ¨crítico¨ – o mais alto possível –, o que significaria que os supostos ataques estariam próximos de acontecer.
¨Elevamos o nível de alerta para o nível mais alto, e vamos mantê-lo assim como uma medida de precaução¨, declarou o ministro do Interior, John Reid. ¨Acreditamos que os principais envolvidos estão presos, mas sempre temos de apostar na cautela.¨
Medidas de segurança
A notícia levou a medidas reforçadas de segurança nos aeroportos ingleses e a diversas companhias aéreas cancelarem seus vôos para a Grã-Bretanha nesta quinta-feira.
Os poucos artigos de mão permitidos a bordo estão sendo colocados em bolsas plásticas transparentes, disse o diretor-gerente do aeroporto de Heathrow, Tony Douglas.
Falando pela Autoridade Britânica de Aeroportos (BAA, na sigla em inglês), ele acrescentou que os passageiros podem levar apenas documentos, cartões de crédito e itens essenciais, como medicamentos que precisam ser tomados em vôo.
Em Londres e nos Estados Unidos – onde não há proibição de bagagem de mão – também é proibido embarcar com líquidos de qualquer natureza, incluindo bebidas, loções e gel de cabelo.
Mesmo passageiros embarcando com crianças pequenas em Londres chegaram a ser obrigados a provar o leite que levavam na frente de policiais.
Sem precedentes
John Reid disse que, embora inconvenientes, as medidas são “necessárias para garantir a segurança pública”. Ele disse que o plano frustrado causaria mortes em “escala sem precendentes”.
Reid informou que o primeiro-ministro Tony Blair, que está em férias, soube da operação com antecedência e conversou com o presidente americano, George W. Bush, sobre o assunto.
O comissário Stephenson pediu à população que permaneça “calma, paciente e vigilante”. “Mas não somos capazes de expressar (o grau de) seriedade que este plano representa¨, afirmou.
Stephenson tentou desfazer qualquer relação entre as investigações e comunidades étnicas e religiosas específicas.
¨A questão não são as comunidades, são os crimes. São pessoas que se escondem por trás das comunidades, querendo cometer assassinatos em massa.¨
Fontes familiares com a investigação disseram à BBC que a maioria dos suspeitos de envolvimento no plano nasceram no Reino Unido.
Dólar recua e risco sobe; Bolsa segue NY e cai com ameaça
A Bovespa acompanha Wall Street na manhã desta quinta-feira e recua. Às 10h52, tinha queda de 0,86%, aos 36.932 pontos.
Já preocupados com a desaceleração da economia dos Estados Unidos, o risco de ataques terroristas deixava ainda mais apreensivos os investidores na Bolsa de Nova York, a qual recuava 0,05%, para 11.071,62 pontos. A Nasdaq (que reúne ações de empresas de tecnologia) caía 0,36%, para 2.052,71 pontos. As principais Bolsas européias também caíam.
Em uma correção técnica, o risco-país, que ontem caiu para 208 pontos --o menor nível da história--, subia 2,41%, a 212 pontos. O dólar comercial recuava 0,09%, vendido a R$ 2,166.
As atenções continuarão concentradas no cenário externo. Além dos indicadores sobre a econômica norte-americana e da discussões acerca do rumo dos juros, o cenário geopolítico também é acompanhado de perto. O barril do petróleo subia 0,05% em Nova York, vendido a US$ 76,35.
Empresas
O Unibanco informou que obteve lucro líquido de R$ 548 milhões no segundo trimestre ao ano, o que significa um crescimento de 21% sobre o mesmo período de 2005. As ações do banco tinham valorização de 0,79%, a R$ 15,30.
Paralelo e turismo
O dólar paralelo ficava estável a R$ 2,40 e o turismo tinha queda de 0,44%, a R$ 2,26.