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PF já admite que pode não elucidar a ¨Operação Tabajara I¨
15/10/2006 - Blog do Josias - Folha Online



O inquérito do dossiêgate faz aniversário de um mês neste domingo. Em reserva, a Polícia Federal e a cúpula do Ministério da Justiça admitem que ainda não dispõem de nenhuma pista capaz de conduzir à elucidação do principal mistério do caso: a origem do dinheiro que seria usado por petistas para comprar o dossiê contra políticos tucanos. Pior: reconhece-se que a dúvida pode não ser elucidada.

O delegado Diógenes Curado, que preside o inquérito, é o primeiro a admitir, em privado, que convive com a incômoda hipótese de ter de concluir o inquérito sem responder à indagação central: de onde veio o dinheiro? Nesta semana, Curado enviará ao juiz Jefferson Schneider, da 2ª Vara da Justiça Federal de Mato Grosso, ofício pedindo a prorrogação do inquérito por mais 30 dias.


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As aflições do delegado Curado foram tonificadas em reunião que ele manteve, na terça-feira, com o colega Luiz Flávio Zampronha, de Brasília. Destacado pela PF para cuidar do levantamento das informações bancárias sob investigação no caso do dossiê, Zampronha fora a Cuiabá para entregar a Curado os disquetes com os dados que logrou recolher.

O relato feito por Zampronha na reunião foi desalentador. Ele disse, em essência, que a parte financeira da investigação será árdua, demorada e de resultados incertos. Envolve o cruzamento de mais de 200 mil saques acima de R$ 10 mil em três bancos: Safra, Boston e Bradesco. Além de uma pesquisa em transações realizadas por mais de 30 casas de câmbio. “Estamos procurando agulha num palheiro”, resumiu ao blog um dos investigadores do caso.

Em conversa que manteve com um amigo na última sexta-feira, o ministro Márcio Thomas Bastos (Justiça) disse que a PF depende agora “de um golpe de sorte ou de uma confissão.” Nos depoimentos que prestaram, os petistas “aloprados” do dossiê não demonstraram disposição de contar coisa nenhuma. Resta à polícia a sorte de dar de cara com alguma agulha perdida no depósito de palha.

Estão em curso, por ora, duas frentes de investigação: a tomada de novos depoimentos e o rastreamento do dinheiro apreendido no dia 15 de setembro –1,7 milhão, R$ 1,116 milhão em notas de real e US$ 248,8 mil em cédulas de dólar. É no rastreamento do dinheiro que a PF gasta mais tempo e energia.

Supõe-se que o grosso dos reais tenha saído do Safra, Boston e Bradesco porque havia no lote de cédulas apreendidas maços envoltos em cintas com a logomarca desses bancos. O dinheiro pode ter saído, porém, de outras casas bancárias. A troca de dinheiro entre bancos é operação comum no mercado financeiro. De resto, os dados manuseados pela PF referem-se a operações bancárias realizadas no mês que antecedeu a apreensão do dinheiro. Nada impede que os saques tenham ocorrido antes e o dinheiro guardado em algum cofre privado.

Quanto aos dólares, a PF descobriu que parte deles – US$ 110 mil—compunham um lote de US$ 15 milhões que entrou veio dos EUA para um banco chamado Sofisa, de São Paulo. O problema é que, ao passar o dinheiro adiante, o Sofisa não anotou nas operações de câmbio o número de notas das cédulas. O que obriga a PF a perambular a esmo entre casas de câmbio e doleiros. Uma perambulação que pode resultar inócua se os dólares do dossiê tiverem sido adquiridos por meio de um comprador “laranja”, hipótese nada desprezível.

Num gesto que denota as dificuldades em que se vê metida, a PF já quebrou o sigilo das contas telefônicas de mais de 750 pessoas físicas e jurídicas. Não se sabe que critérios levaram a uma seleção tão vasta. Os nomes dos donos das contas são mantidos em sigilo. Um dos objetivos declarados é o de tentar pescar no cruzamento de ligações um telefonema de algum dos “aloprados” para casas de câmbio ou doleiros e vice-versa. Algo que até o momento não aconteceu.

¨Aloprados¨ do dossiêgate podem ficar impunes

A Polícia Federal e o Ministério Público reconhecem sob reserva que todos os petistas envolvidos no dossiêgate podem sair ilesos do episódio se a investigação não conseguir comprovar a origem ilegal do dinheiro que seria usado na operação. Não há no código penal nenhum artigo que tipifique como ilegal a compra de documentos. Tampouco há lei prevendo punição para pessoas pilhadas com R$ 1,7 milhão de provedor desconhecido.

Mesmo para enquadrar os envolvidos no Código Eleitoral, seria necessário demonstrar que o dinheiro saiu de alguma arca clandestina do PT ou do caixa de candidatos do partido. Algo que a Polícia Federal está longe de provar. O elo mais próximo do dinheiro com o PT é um lote de fitas de vídeo. As imagens mostram o petista Hamilton Lacerda, ex-coordenador da campanha de Aloizio Mercadante, entrando no Hotel Íbis, onde o dinheiro foi apreendido, com valises que, supõe a PF, estavam recheadas de reais e dólares.

Hamilton, porém, negou em depoimento que houvesse levado os recursos para Gedimar Passos, o ex-agente da PF que prestava serviços ao PT na noite de 15 de setembro, quando foi flagrado com os maços. Cabe à polícia provar que o assessor de Mercadante está mentindo. O que só será possível se o rastreamento das transações financerias ou das ligações telefônicas revelar as digitais de Hamilton em algum saque ou em contatos com doleiros e casas de câmbio.

Os investigadores estão convencidos de que o deputado Ricardo Berzoini, presidente licenciado do PT, conhece todos os meandros do dossiêgate, inclusive a origem do dinheiro. Numa primeira análise dos dados telefônicos, verificou-se que protagonistas do caso discaram para Berzoini no período em que a compra do dossiê antitucanos foi negociada. Berzoini será inquirido na terça-feira. Mas o conteúdo de seu depoimento já é conhecido.

O deputado nega de pés juntos que tenha autorizado a operação. Os petistas que Lula chamou de ¨aloprados¨ estavam subordinados a Berzoini no comitê de campanha reeleitoral. Mas o deputado alega que desconhecia a movimentação de seus comandados em torno do dossiê. Quanto aos telefonemas, a PF intui que Berzoini dirá que as ligações são normais, uma vez que tinha, de fato, relações funcionais de campanha com os ¨aloprados¨. De novo, caberá à PF demonstrar que Berzoini mente.

O roteiro de depoimentos tem-se revelando a parte mais imprestável do inquérito. A PF ouve os suspeitos como quem cumpre um dever de ofício. Todos os envolvidos comportaram-se até aqui com a frieza de uma pedra. E a polícia não tem esperanças de que conseguirá extrair leite das pedras que ainda não foram ouvidas –além de Berzoini, pretende-se interrogar o senador petista Aloizio Mercadante, que já declarou desconhecer inteiramente o caso.

O único depoimento que tinha algum valor para as investigações era o de Gedimar Passos, o ex-agente da PF preso em 15 de setembro com o dinheiro do dossiê. Gedimar, porém, recuou em tudo o que dissera no seu primeiro depoimento. Em documento enviado por seus advogados ao TSE, que apura eventuais implicações eleitorias do dossiêgate, ele inocentou o ex-assessor de Lula Freud Godoy, de quem dissera ter recebido a ordem para a compra do dossiê.

Disse, de resto, que prestou depoimento sob os efeitos de uma falsa promessa do delegado que o ouviu, Edmilson Pereira Bruno. Sustentou que seu inquisidor prometera liberá-lo. Edmilson Bruno responde, desde 2 de outubro, a uma sindicância da PF por ter vazado à imprensa, em 29 de outubro, as fotos do dinheiro que apreendera em poder de Gedimar e do petista Valdebran Padilha. Ou seja, é um delegado que a própria PF pôs sob suspeição.

PF acha que provará ‘elo tucano’ com sanguessugas
De toda a investigação do dossiêgate, a parte que a Polícia Federal julga mais próxima da elucidação é a suposta ação da máfia das sanguessugas no governo de Fernando Henrique Cardoso. O elo tucano com o escândalo das ambulâncias é o empresário Abel Pereira (na foto), que será ouvido pela polícia nesta segunda-feira, em Cuiabá.

Abel foi acusado por Luiz Antonio Vedoin, sócio da Planam e chefão da quadrilha das ambulâncias de facilitar a liberação de verbas no Ministério da Saúde durante a gestão de Barjas Negri, que se tornou ministro depois que o titular, José Serra, abandonou o cargo para disputar a presidência da República, em 2002.

Barjas Negri, hoje prefeito de Piracicaba (SP), admite conhecer Abel Pereira. Mas nega que o empresário tenha tido ingerência na liberação de recursos públicos durante sua gestão. Abel também nega as acusações de Luiz Vedoin. A PF dispõe, no entanto, de um lote de comprovantes bancários que atestariam repasses de Vedoin para empresas supostamente pertencentes a Abel.

Em depoimentos que prestaram na semana passada, Luiz Vedoin e o pai dele, Darci Vedoin, reafirmaram as acusações. Resta agora à PF comprovar os repasses a Abel. O sigilo bancário do empresário e de suas firmas já foi autorizado pela Justiça. Em seguida, será preciso provar que os recebimentos têm conexão com liberações feitas sob Barjas Negri.

Investiga-se também a acusação de que Abel teria tentado comprar o dossiê dos Vedoin contra o tucanato antes dos “aloprados” do PT. Um grampo instalado num telefone celular de Luiz Vedoin revelou que Abel discou para o chefe das sanguessugas no dia 14 de setembro, véspera da prisão de Gedimar Passos e Valdebran Padilha, ligados ao PT, no Hotel Íbis, em São Paulo. Os telefonemas compõem o leque de temas que serão submetidos a Abel na inquirição desta segunda.

  

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