Tevez arranca pela esquerda, corta Daniel e Marcinho Guerreiro com toque sutil, deixa Gamarra deitado e bate, no canto direito de Marcos.

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Golaço, golaço, golaço grita o entusiasmado narrador no Morumbi, num clássico empolgante que terminaria 1 a 1.

Certamente o corintiano não esquece da obra- prima de seu argentino em 2005 diante do rival Palmeiras. Não esquece e morre de saudades de belos gols. Ou simplesmente de gols.

Tirando a temporada passada, na qual sua equipe conquistou o título nacional com ataque arrasador, de 87 gols, a realidade mostra que o Corinthians tem o pior ataque em Campeonatos Brasileiros na década entre os grandes do Estado.

Portanto, não é exclusividade do técnico Emerson Leão dirigir um ataque ¨faz me rir¨ como este, com medíocre média de menos um gol por partida - foram 28 em 31 rodadas e saldo negativo de menos 13.

A dificuldade em balançar as redes adversárias vem se agravando desde 2001, quando caiu na primeira fase, terminando na 17ª posição e saldo positivo de apenas 2 gols.

¨Minha prioridade sempre foi arrumar a defesa¨, é uma das freqüentes frases do técnico Emerson Leão para tirar o peso das cobranças de Amoroso, Ramon, Rafael Moura, Nadson, especialistas do ataque, e cia.

E parece não se preocupar mesmo com gols. Das sete vitórias na competição sob seu comando, nenhuma teve vantagem maior que um gol.

Pior, seis foram por 1 a 0, placar do qual até brinca, o chamando de ¨goleada¨.

Só o ameaçado Fluminense foi mais vazado: 2 a 1 no Rio, na estréia de Leão no Corinthians.

Números para confirmar o ditado que diz: ¨o Corinthians sempre vence no sufoco¨: de 2001 para cá, a equipe disputou 222 partidas, anotando 325 vezes, média de 1,46 por partida.

O Palmeiras, trágico em 2002, com direito a queda à Série B, fez 356 (1,65 por jogo). São Paulo e Santos mostraram força marcando, respectivamente, 395 (1,80) e 408 (1,92) gols.

Os números estão longe de honrar sua história de 1.210 gols, em 35 anos de Brasileiro, com direito a maior surra de todas: 10 a 1 no Tiradentes, em 1983.

Ter o principal goleador é utopia para o tetracampeão. Rafael Moura anotou só 7 vezes, nem a metade do artilheiro Souza, do Goiás, com 15. Tevez, ano passado, e Luizão, em 1999, ambos com 21, foram os que mais se aproximaram.

MAGRINHO

Leão sabe das dificuldades do ataque atualmente. Porém, não tem mais o que fazer. Fará uma reformulação para 2007. Seu principal nome, o artilheiro da equipe no ano: Nilmar, afastado dos campos por cirurgia no joelho desde julho.

¨O magrinho sabe que estou de olho nele¨, repete, sempre, o técnico Emerson Leão, ao citar, carinhosamente, de Nilmar, ainda não contratado em definitivo do Lyon, da França.

Não à toa. Até julho, antes de se machucar, Nilmar havia marcado 24 gols e até hoje segue como maior goleador da equipe em 2006. Só no Paulista, no qual foi o artilheiro, balançou as redes adversárias 18 vezes. Foram mais 5 na Libertadores e um no Brasileiro. Seu perseguidor é Rafael Moura, com 16 e em descrédito com a torcida e com o treinador.

Por sorte, faltam apenas dois meses para o ano acabar.

O corintiano reza para que termine com a equipe na Primeira Divisão. E já sabe qual será seu pedido ao Papai Noel no Natal: um bom camisa 9 de presente.

Pobre velhinho!

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