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De Última! Só lendo para acreditar

DE ÚLTIMA!

¨Eu te falei que podia ficar muito pior¨
02/06/2007 - Rudolfo Lago - Revista ISTOÉ

De Mônica Veloso para Renan Calheiros, em conversa que ela mesmo gravou

Um senador, sua amante e uma filha. o enredo dessa história tem por trás os ingredientes clássicos de uma chantagem que vinha se desenhando há anos. Documentos bancários e as gravações dos diálogos íntimos de Mônica Veloso e Renan Calheiros, obtidos por Istoé, ajudam a elucidar a trama dessa novela.

No domingo 27, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), passou boa parte do tempo consultando o livro História viva, da senadora americana Hillary Clinton, mulher do ex-presidente Bill Clinton.

Renan preparava o discurso que teria de fazer no dia seguinte para se defender da acusação de que poderia estar usando dinheiro da empreiteira Mendes Júnior para pagar pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem teve uma filha.


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No dia seguinte, ao se defender no plenário, diante do olhar da mulher com quem está casado há 30 anos, Verônica Calheiros (leia entrevista), ele seria o centro das atenções no País. Enquanto juntava os documentos que comprovariam que pagara pensão com recursos próprios, Renan se inspirava com o livro em que Hillary Clinton conta a sua versão do drama semelhante.

“Foi humilhante eu, da presidência do Senado, ter que confessar um pecadoâ€, desabafou Renan a ISTOÉ.

O presidente do Senado evita admitir que possa ter sido vítima de chantagem por parte de Mônica Veloso. “Eu não falo mal delaâ€, diz. “Ela é mãe de uma filha minha. E eu vou fazer de tudo para proteger a minha filha.†O que, porém, foi revelado ao longo da semana sobre a sua relação com a jornalista está muito próximo do “ato de extorquir dinheiro, favores ou vantagens de alguém sob ameaça de revelações escandalosas ou secretasâ€. Essa é a definição de chantagem no Dicionário Aurélio.

Desde 2003, quando Mônica engravidou, Renan tem negociado com ela formas de tentar manter a relação entre os dois – e a filha, fruto desse relacionamento – distante das páginas da imprensa. No mesmo período, Mônica gravou conversas íntimas, e notas insinuando o relacionamento saíram em colunas de jornal.

A disputa entre Renan e Mônica acabou na 4ª Vara de Família de Brasília, no processo 2005.01.1.14933. Renan, então, pagava a Mônica uma pensão de R$ 3 mil, e ela queria aumentá-la para R$ 12 mil. No exato dia da audiência que ambos teriam perante o juiz, surgiu a denúncia de que a pensão e outras despesas de Mônica seriam pagas pela Mendes Júnior, através do lobista da empreiteira, Cláudio Gontijo.

“Todos os recursos são meusâ€, garante Renan. Para comprovar isso, na quarta- feira 30, o advogado de Renan, Eduardo Ferrão, entregou uma série de documentos ao corregedor-geral do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP). Um dos principais documentos, ao qual ISTOÉ teve acesso, é uma tabela com os rendimentos detalhados de Renan desde 2003. As mesmas informações que constam das suas declarações de Imposto de Renda. Elas demonstram que Renan teria recursos suficientes para pagar o que acertou com Mônica sem recorrer a terceiros.

De dezembro de 2004 a janeiro de 2006, ele pagou, em média, R$ 8 mil mensais de ajuda à jornalista e mais R$ 4 mil do aluguel do apartamento. Formou ainda, em duas parcelas, um fundo de R$ 100 mil para ajudar na educação da filha. Um total, portanto, de R$ 268 mil, pelo menos. Em 2003, Renan declarou R$ 821,1 mil em rendimentos. Em 2004, quando vendeu uma casa no Lago Sul em Brasília por R$ 600 mil, esses rendimentos pularam para R$ 1,4 milhão. Em 2005, somaram pouco mais de R$ 1 milhão; em 2006, declarou R$ 1,1 milhão.

A Romeu Tuma, foram entregues também extratos da conta bancária de Renan que demonstrariam as retiradas para pagar Mônica.

“Os documentos comprovam que ele não precisaria usar recursos de terceiros para fazer os pagamentos relatados pela jornalistaâ€, disse Tuma após uma primeira análise na papelada.

Em tese, o desafio de Tuma seria encontrar todo o percurso feito pelo dinheiro desde a saída das contas de Renan. Mas, na quarta-feira 30, a própria Mônica tratou de minimizar esse desafio. Por intermédio de seu advogado, ela afirmou que jamais dissera que o dinheiro recebido de Renan fosse proveniente da empreiteira.

E é aí que está a questão central. Se não houve dinheiro da empreiteira, não se pode fazer a ilação de tráfico de influência e não existe crime cometido pelo senador. Renan pode ainda vir a ser julgado por quebra de decoro pela Comissão de Ética do Senado por supostamente ter mentido sobre o dinheiro do fundo educacional para a criança. Mas, como se viu 48 horas depois de seu discurso no plenário, quem se enganou sobre isso foi o advogado de Mônica, Pedro Calmon Filho, que chegou a assinar dois recibos de R$ 50 mil, nos quais está explicitamente escrito que o dinheiro se destina à educação da filha. A menos que fatos novos provem o contrário, toda a história serviu apenas para a exposição pública, em rede nacional, de um romance privado do presidente do Senado.

Ex-apresentadora de telejornais da Rede Globo na década de 1990, em Brasília, Mônica trabalhava numa produtora de vídeo quando foi contratada para apresentar um programa político do PMDB. Foi assim que Renan a conheceu. Os dois começaram a sair juntos – e num intervalo entre uma tentativa de afastamento e uma breve reconciliação, Mônica engravidou. Numa das conversas com ele, que ela própria gravou, a jornalista dá a entender que esse encontro teria ocorrido no próprio gabinete do senador (na época, ele era líder do PMDB).

Um ou dois meses depois, Mônica voltaria a procurar Renan. “Estou grávidaâ€, disse Mônica. “Eu duvido que esse filho seja meuâ€, reagiu. Foi quando ela disse a ele que gravara várias das conversas que os dois tiveram. Ela poderia facilmente comprovar o relacionamento. Se a coisa se tornasse pública, Renan só poderia tirar a prova da paternidade oito meses depois. O estrago, então, já estaria feito. Ao mesmo tempo, segundo o senador contou a amigos, Mônica passou a pressioná- lo com ligações para sua residência. Notas começaram a aparecer em colunas de jornal.

A vida conjugal de Renan entrou em grande turbulência. Durante todo o período, a ansiedade e o nervosismo fizeram Verônica, a mulher de Renan, engordar até 20 quilos.

Diante do risco de acabar com o casamento e comprometer a vida política, Renan fez um acordo com Mônica. Se ele era uma pessoa pública e não queria escândalo, ela, então, teria de ficar preservada. Porque iam perguntar de quem era a criança. Se tinha de sumir, ela ficaria impedida de trabalhar. Mônica diz a Renan que seus rendimentos mensais na produtora giravam em torno de R$ 8 mil.

Fora o aluguel da sua casa. O senador, então, aceitou pagar esse valor a ela – R$ 12 mil no total e não os R$ 16,5 mil que chegaram a ser inicialmente divulgados. No primeiro ano, Mônica morou numa casa no Lago Norte, bairro nobre de Brasília. Renan pagou o aluguel do ano inteiro adiantado: R$ 40 mil.

Em 2006, ela mudou-se para o apartamento dúplex da quadra 309 Norte, onde vive hoje. Em muitos meses, Mônica pediu mais dinheiro. Em determinado momento, disse que estava ameaçada e pediu a contratação de seguranças. Foi apenas aí, nesse caso específico, que o valor chegou a R$ 16 mil, somados pensão e aluguel.

É por conta desses acertos com Renan que o lobista Cláudio Gontijo, da Construtora Mendes Júnior, entrou na vida de Mônica. As conversas de Renan com Mônica foram se tornando mais tensas.

Renan queria evitar as chances de vir a ser visto ao lado dela e não podia fazer os pagamentos com cheques ou transferência eletrônica para não estabelecer um piso para a pensão que seria discutida na Justiça. Gontijo, amigo de Renan desde o governo Fernando Collor, aceitou a tarefa de fazer essa ponte. Renan afirma que chegou a temer pelo fato de ele ser funcionário de uma empreiteira. “Mas quem quisesse faria ilações, quem quer que fosse a pessoa e qualquer que fosse a sua profissãoâ€, argumenta.

A menina nasceu em julho de 2004. Mas Renan só fez o exame da DNA para comprovar a paternidade um ano e meio depois, em dezembro de 2005. Depois de não ter mais dúvidas de que era realmente o pai, ele resolveu regularizar a situação. Chamou Verônica e seu filho mais velho, o prefeito de Murici (AL), Renan Filho. “A filha é minhaâ€, revelou. Para os dois outros filhos mais novos de Renan, Rodrigo e Rodolpho, a história continuaria um segredo até a semana passada. No dia 21 de dezembro de 2005, Renan foi ao cartório do 2º Ofício de Notas e Protesto de Brasília e assumiu a menina. E entrou com a ação na Justiça para estabelecer o valor da pensão. Propôs, legalmente, pagar R$ 3 mil a ela.

Mônica, então, contratou o advogado Pedro Calmon Filho para tentar elevar a pensão. E anexou ao processo todas as conversas que gravou com Renan. Nas transcrições Cláudio Gontijo é identificado como “Cláudio Mendes†ou “Cláudio da Mendesâ€. Com a pensão reduzida apenas aos R$ 3 mil descontados no contracheque do senador, Mônica deixou de pagar o aluguel do dúplex. Chegou a sofrer uma ação de despejo.

Nessa época, Renan resolveu pagar a ela mais R$ 100 mil, numa tentativa de evitar novas pressões. O advogado do senador sugeriu que o dinheiro fosse dado com o caráter de um fundo extra para custear as despesas de educação com a menina. E recomendou que Renan exigisse um recibo no qual isso ficasse claro.

A disputa judicial por uma pensão maior, no entanto, continuou. Na semana passada, já não era mais no ambiente reservado da Vara de Família que Renan tinha de se defender. Colocado no centro do picadeiro, ele enfrenta agora pressões dos que tentam vinculá-lo à Mendes Júnior e outras empreiteiras, como a Gautama.

Numa conversa gravada pela Polícia Federal na Operação Navalha, o secretário e o subsecretário de Infra-Estrutura de Alagoas, Adeilson Teixeira Bezerra e Denílson de Luna Tenório, comentam que Renan pressionaria a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para conseguir liberar as verbas para a construção da barragem do rio Pratagy, obra que a Gautama tocava no Estado.

“Eu não tenho nada a ver com supostas irregularidades. Havia um pedido do governador para tocar a obra, e eu o atendiâ€, defende-se. O senador também fez uma emenda para uma obra tocada pela Mendes Júnior, no porto de Maceió.

“Quem faz a emenda não é quem contrata a empreiteira. Eu sempre farei emendas para levar verbas para o meu Estadoâ€, diz.

Ao mesmo tempo, adversários de Renan em Alagoas tratavam de suprir a imprensa com dossiês requentados de campanhas eleitorais passadas. Mesmo para quem não enxergou nos documentos a prova de que não havia um conflito de interesses no pagamento da pensão à filha, é fato que até agora não surgiu nada que comprove algum ato de corrupção do senador.

E, assim, enquanto o País discutia detalhes da vida sexual do presidente do Congresso, o Supremo Tribunal Federal libertava os 47 presos na Operação Navalha.

¨Preciso abrir a boca pra esse filho existir¨

ISTOÉ teve acesso às degravações de cinco CDs com 3h34 de conversas gravadas pela jornalista Mônica Veloso. São diálogos dela com o senador Renan Calheiros e também com um outro homem identificado como Claúdio – aparentemente, Claúdio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior. A pedido do advogado de Mônica, Pedro Calmon, os diálogos foram degravados pelo perito criminalista Aidano Faria e foram parar no processo que a jornalista moveu na 4ª Vara de Família de Brasília para cobrar pensão do senador. A seguir, trechos dos diálogos:

O COMUNICADO

Renan – Deixa eu te dizer duas coisas. Claro que eu tenho muita preocupação com você, exageradamente, mais com você do que comigo e também tenho, eu sou uma pessoa pública, já te falei sobre isso.... .... o que me deixa assim mais preocupado é a evolução dessas coisas.
Mônica – Que que são essas coisas, evolução do bebê, o seu filho, é isso, ou algo mais?

Renan – Não. Evolução disso. Sua barriga.

Mônica – É. É natural né? Não tem como esconder, é o que eu to escondendo. Eu tenho escondido o bebê e tenho escondido a mim mesma... ...Eu não vou a lugar nenhum Renan, não vou... ...eu não estou tendo cuidado nenhum. Mas eu tenho que me esconder porque eu não posso fazer as coisas, eu não posso contar que to grávida (inaudível) daqui a pouco vou fazer o quê? Vou ficar presa dentro de casa? Minha filha tem que saber, ela não sabe.

Renan – E as suas idéias?

Mônica – Eu não tenho idéias. Você me chamou para conversar, talvez você tenha alguma, eu não tenho. A única referência que eu tenho, Renan, é durante onze meses que nós tivemos um caso, um romance, sei lá o que, né? Mas, enfim, eu supunha que você gostasse muito de mim, eu apaixonadíssima e fiquei grávida, aconteceu, não era a minha intenção, nem meu objetivo porque era complicado na minha vida e quando eu te contei a gente sabe qual foi a reação então de lá para cá eu tenho tentado sobreviver. Só isso. Quem não tem. Eu tenho problemas práticos que eu vou ter que resolver. Não é isso?

Renan – O que eu te falei é que temos dificuldades de ordem prática também.

A PROPOSTA

Renan – O que nós vamos fazer. O que você vai fazer?

Mônica – Bom, que que eu vou fazer? Eu vou ter o bebê que vai nascer no final de julho, daqui a pouco já sei se é menino ou menina, já sei que é uma criança perfeita, já fiz um monte de exames e eu não sei o que que eu vou fazer da minha vida. A produtora (quando deixou a Rede Globo, Mônica montou uma produtora independente) tá com um milhão de problemas que você já sabe, são problemas que não aconteceram hoje, nem por causa que eu tô grávida. São problemas que já estão somando há muito tempo. O ano passado foi um ano muito ruim para a gente e, enfim, as perspectivas que eu tinha para esse ano eu não vou poder fazer, não posso fazer campanhas porque eu vou estar barriguda... ...Eu vou ter que ver como é que vou organizar a minha vida daqui para a frente, sabe? Eu tenho uma filha que tem pai e que o pai, apesar dos problemas é presente e que é responsável por ela. Agora como é que vai ser com você eu não sei, né? Você precisa dizer, né?

A NEGOCIAÇÃO

Renan – Eu tô muito preocupado em ver como é que sobretudo deixa você bem isso aqui.

Mônica – O que que é confortável para você? Você disse que é um homem público, as coisas todas que a gente já sabe. E que eu tenho certeza que depois que passou a sua raiva é... o seu suposto sentimento de traição e tal você deve talvez ter pensado que eu sou bastante decente para não te criar um problema. Não usar o fato de você, sabe, você é uma pessoa conhecida, para me beneficiar de nada. Eu acho que você deve ter pensado nisso.

Renan – Pelo pouco que eu te conheço...

Mônica – O que que é conveniente para você?

Renan – Não sei. Não é conveniente, eu acho que nós deveríamos fazer um pacto, deixando você bem nisso, mas protejendo você sobretudo. Principalmente isso. A mim não tem por quê. Nós não podemos não ter uma solução convencional. Isso não tem possibilidade. Não quero que você fique mal, desprotegida. Seria insanidade, estupidez (inaudível) ninguém, ninguém, muito menos a você. Acho que você me conhece bem. Acho que você me conhece um pouco suficientemente bem para saber disso. Vamos fazer uma coisa assim de ajudar a você fazer o que fosse possível dentro das possibilidades e limitações. Agora não podemos assumir isso (inaudível).

Mônica – Isso quer dizer que você não vai registrar o bebê?

Renan – Como é que eu vou registar inicialmente! Eu também não vou fugir da responsabilidade, mais adiante a gente via alguma coisa nesse sentido constatava.

A reação de Verônica

Em entrevista exclusiva a ISTOÉ, a mulher do senador Renan afirma: ¨Aceito compartilhar a guarda da criança¨

ISTOÉ - Como a sra. reagiu à relação extraconjugal de seu marido?

Verônica Calheiros - Conheço o Renan há mais de 30 anos. Não somos recém-casados. Eu o conheço profundamente e ele a mim. Se estamos juntos até hoje é porque há mais afinidade entre nós, admiração do que o contrário. Claro que mulher nenhuma gostaria de passar por isso. Claro que a auto-estima na hora vai lá embaixo. Só quem passa por essas coisas sabe como é que é. Sofri muito, tive problemas de saúde, engordei 20 quilos. Mas perdoei porque conheço o caráter de meu marido, como pai, como companheiro. Um erro, um pecado, não apaga toda uma vida. Naquela hora, passou um filme em minha cabeça. Lembrei de nossa juventude, do início de tudo, de tudo que nós construímos juntos, dos filhos e aí uma coisa ficou inteiramente clara para mim: tenho que salvar o meu casamento, tenho que salvar a minha família. Perdi essa batalha, mas não posso perder a guerra: e perder a guerra é perder aquilo que tenho de mais sagrado e que amo com todo o meu coração, os meus filhos, a minha família, o pai deles, o meu marido.

Por que resolveu apoiá-lo?

- As pessoas que me viram entrando no plenário do Senado, no dia em que o Renan fez o seu mea culpa público, podem pensar que meu apoio começou naquele momento. Mas foi bem antes, logo no início. Acho que meu primeiro apoio foi fazer com que Renan pensasse e, sobretudo, agisse com a cabeça de uma mulher. Se eu estivesse no lugar dela, o que eu acharia digno que o pai da criança fizesse? Fui, assim, a primeira pessoa a pedir ao Renan para antecipar o teste de DNA. Eu defendi que ele entrasse com o pedido de reconhecimento de paternidade na Justiça. E ele seguiu rigorosamente essa linha. Sabe uma outra coisa que me deixou muito triste nesses dias? Sofri com a exposição pública de nossa intimidade, sofri com os ataques ao Renan, sofri com a perda momentânea de paz dentro do nosso lar, mas sofri também pela criança. Se tudo isso está acontecendo por causa de um pedido de mais dinheiro, quero fazer uma proposta de coração aberto: eu aceito compartilhar a guarda da criança. Ela tem o direito de ser feliz, de ter um pai e não tem nenhuma culpa do ódio de uma pessoa adulta ou do pecado que o Renan confessou a mim, ao Senado e à Nação.

Qual a importância da sua presença no Senado?

- Só vou ao Senado em circunstâncias especiais, quando há uma cerimônia que justifique. Mas, nesse caso, fiz questão de ir, contrariando até o Renan. Quando vi toda a nossa vida íntima totalmente devassada no horário nobre, achei que não era eu que estava entrando no Plenário. Era a politicagem que estava tentando destruir a nossa família. Então, nada mais natural do que estar lá, ao lado dele, em mais uma dificuldade da vida que enfrentamos juntos. Queria estar ali para abraçá-lo. Não posso deixar que a politicagem destrua a nossa família.

Agora público, o caso volta a constrangê-la?

- Eu já sabia de tudo, então, de certa forma, não houve surpresa em relação aos fatos em si, mas sim em ver esses fatos da nossa vida pessoal sendo tema do noticiário. Eu ficava me perguntando: onde há o interesse público, o interesse da Nação numa questão da vida conjugal de duas pessoas? O maior constrangimento foi quando atacaram o meu filho, Renanzinho, prefeito de nossa cidade, destacado aluno da UnB, economista muito talentoso, um jovem, que não tinha nada a ver com essa penitência que nós estamos atravessando. Eu realmente chorei porque, assim como a criança, ele e os irmãos dele não poderiam ser atingidos, como infelizmente foram. A coisa é tão brutal que os meus dois filhos mais novos tiveram conhecimento do fato apenas no dia da matéria. Eu estava tentando prepará- los para que soubessem na hora mais adequada, do melhor jeito. Mas essa invasão de nossas vidas me impediu, como mãe, de fazer o que seria melhor para os meus dois filhos queridos. Agora, a única coisa que eu quero é que eles não sofram nenhum trauma.

Como seu marido vai superar o momento? O caso o enfraquece?

- Não enfraquece, não. Acho que Renan vai até se fortalecer, porque ele fez uma opção pela verdade. Fez o que muitos fazem questão de ocultar: confessou o pecado, pediu desculpas a mim, à família, ao Senado e à Nação. Renan foi o primeiro homem público da história do Brasil que teve a coragem de assumir o seu pecado publicamente.

Mônica Veloso teria contratado seguranças. Isso tem relação com alguma ameaça ou agressão física que ela sofreu da sra.?

- Olha, eu fui vítima de vários telefonemas anônimos. Para ser totalmente honesta, não posso dizer que todos eram dela. Pode ter havido, em algum, alguma troca de insultos, mas a minha formação evangélica faz com que eu abomine a violência. Como eu sempre agi de boa-fé, nunca gravei nenhum telefonema com as ofensas que recebi, de quem quer que seja. Tenho apenas a minha vida para mostrar.

  

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Editor: Marcos Antonio Moreira
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