O governo federal gasta pelo menos R$ 6,3 milhões por ano com córneas sabidamente inviáveis, que vão parar no lixo. A situação ocorre por causa de uma brecha na lei, segundo reportagem (só para assinantes) publicada nesta segunda-feira na Folha de S.Paulo.

Uma resolução nacional criou regras para o transplante de córneas -- proibindo o uso de tecidos de mortos por Aids, hepatite e infecção generalizada, por exemplo -- mas ¨esqueceu¨ de estabelecer os mesmos critérios para a retirada do olho.

Com isso, toda córnea pode ser coletada. O governo gasta R$ 1.400 pelo par delas, em média.


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Em alguns bancos de olhos, o índice de descarte chega a 70% -- ou a córnea não tinha qualidade na hora da coleta ou a inviabilidade para o seu uso foi descoberta depois, a partir de exames.

O Ministério Público de São Paulo investiga os pagamentos a partir de uma acusação do Coren (Conselho Regional de Enfermagem).

O coordenador-geral do Sistema Nacional de Transplantes, Roberto Schlindwein, diz que não há indícios de que haja ¨má-fé¨ na coleta de córneas pelos bancos de olhos e tampouco desperdício de dinheiro público.

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