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Oposição rejeita nova Constituição e declara ¨luto¨ na Bolívia
25/11/2007 - Agência EFE

A oposição rejeitou hoje a aprovação de uma nova Constituição pelo partido do presidente boliviano, Evo Morales, porque ela ocorreu ¨sob fuzis¨, em um quartel militar, além de declarar ¨luto pela democracia¨.

O ex-presidente Jorge Quiroga, líder da aliança de direita Poder Democrático e Social (Podemos), taxou como ¨vergonhosa teatralização¨ a sessão da Assembléia na qual o Movimento ao Socialismo (MAS) aprovou a nova Carta Magna, à revelia dos constituintes da oposição.

O MAS aprovou a nova Carta Magna, em primeiro debate, com os votos de 136 dos 138 participantes da Assembléia presentes (de 255 escolhidos em 2006), enquanto nos arredores do colégio militar de Sucre, capital oficial da Bolívia, aconteciam distúrbios que deixaram pelo menos um morto e 100 feridos.


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Quiroga disse em entrevista à Efe que a democracia foi ¨degolada¨ e que a proposta constitucional de Morales foi aprovada ¨sob fuzis¨ e ¨seguindo o mau exemplo do presidente da Venezuela, Hugo Chávez¨.

Afirmou que a aprovação em primeira instância da nova Carta Magna não significa ¨nada¨, porque falta sua ratificação ¨em detalhe¨ e ¨em revisão¨.

Quiroga acrescentou que o Podemos, que controla o Senado, realizará as ações necessárias para processar as autoridades do Governo e os chefes militares que permitiram à maioria governista deliberar em um quartel para aprovar a Carta Magna ¨sob baionetas¨, e assegurou que eles são responsáveis pela morte de uma pessoa.

¨A aprovação da Constituição em um quartel vai durar tanto como os decretos de Luis García Meza¨, acrescentou Quiroga, em alusão a um ex-ditador boliviano (1980-81), preso em uma penitenciária de segurança máxima.

O chefe da legenda centrista União Nacional (UN), o constituinte Samuel Doria Medina, disse à agência Efe que ¨nenhuma lei justifica a morte de uma pessoa¨.

¨Nós tentamos por todos os meios a aprovação de uma constituição por consenso, mas escolheram o caminho do confronto e o resultado está sendo uma ´Constituição da morte´¨, acrescentou Doria Medina.

O Comitê Cívico de Santa Cruz, a região mais rica do país, que lidera a reivindicação por autonomias departamentais, afirmou em comunicado que a ¨Bolívia está de luto¨.

¨A democracia está de luto, a autonomia está de luto, nesta hora trágica que a Bolívia está vivendo¨, acrescentou o Comitê.

¨Esta noite foram assassinados brutalmente dois cidadãos bolivianos que defendiam a lei e a democracia¨, diz o comunicado, embora fontes médicas tenham confirmado a morte de uma pessoa, um advogado de 29 anos em Sucre.

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