DE ÚLTIMA!

Manifestantes fecham fronteira entre Bolívia e Brasil
30/11/2007 - Agência Estado

A única estrada que faz a ligação entre Corumbá no Pantanal de Mato Grosso do Sul e Puerto Quijarro na Bolívia, está bloqueada desde a zero hora de ontem. Os congestionamentos dos dois lados permaneceram durante todo o dia, com quilômetros de automóveis, caminhões, ônibus e utilitários. Não há previsão para a liberação da rodovia. O local não foi interditado para os pedestres brasileiros e bolivianos.

Homens, mulheres e crianças bolivianas fecharam a fronteira em protesto contra uma proposta de Constituição aprovada por partidários do presidente Evo Morales sem a participação dos políticos da oposição. Velhos caminhões foram colocados na linha divisória e todas as atividades estão paralisadas, inclusive o comércio em lojas e feiras livres.

A estrada que passa por Corumbá e vai até Santa Cruz de La Sierra, a mais importante cidade da Bolívia, é canal de escoamento da produção de gêneros alimentícios, minérios e outros produtos. Passageiros de ônibus com destino a Corumbá, são obrigados a seguir viagem a pé. O movimentado comércio de Corumbá, nas proximidades da fronteira amanheceu com as lojas vazias.


PUBLICIDADE


A maioria dos fregueses é de bolivianos, freqüentadores de supermercados, lojas de ferragens e estabelecimentos agropecuários. O movimento é denominado ¨paro cívico pela democracia¨ e só deve terminar ao meio dia de hoje, conforme previsão dos organizadores.

Evo recua

Após receber uma visita de embaixadores da União Européia preocupados com o ¨respeito às leis democráticas na Bolívia¨, o presidente boliviano, Evo Morales, fez ontem um chamado ao diálogo às forças políticas do país. Evo convocou ¨todos os partidos¨ para que terminem de aprovar a nova Constituição.

Em outras ocasiões ele havia dito que queria que a Carta fosse aprovada rapidamente e ¨dava na mesma¨ se alguns partidos queriam participar ou não. Apesar do recuo do presidente, a tensão com a oposição permanece elevada. O chamado ao consenso não impediu que Evo dirigisse novas críticas às autoridades regionais, acusadas por ele de terem um discurso dúbio: ¨Eles falam em unidade e gritam por independência¨, disse.

Além disso, pouco depois do discurso do presidente a Assembléia Autonômica da rica região de Santa Cruz reuniu-se para avançar no projeto de um estatuto autonômico - uma espécie de Constituição regional - e decidiu iniciar a coleta de assinaturas para convocar um referendo sobre o documento, que deve estar pronto no dia 15.

Na noite de ontem, políticos e empresários de Santa Cruz conclamaram todos os prefeitos, governadores, dirigentes de comitês cívicos e parlamentares a fazerem uma greve de fome por tempo indefinido para protestar contra o governo. A greve de fome é um protesto contra a aprovação de importantes medidas no Congresso e na Constituinte, em votações realizadas sem a presença da oposição.

Compartilhe: