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Negociação inclui dÃvidas de MT e Rondônia
07/12/2007
- Adriana Fernandes e Expedito Filho - O Estado de S.Paulo
Planalto tenta conquistar pelo menos 4 votos em favor da CPMF com concessões a Rondônia e Mato Grosso
As dÃvidas do Estado de Mato Grosso e do Banco do Estado de Rondônia (Beron) entraram formalmente em negociação no Ministério da Fazenda como estratégia do Planalto para tentar conquistar pelo menos quatro votos em favor da prorrogação da CPMF. Mato Grosso é governado por Blairo Maggi (PR), aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Maggi, que está fazendo intenso corpo-a-corpo com a bancada de seu Estado e a do PR no Senado, conseguiu levar ontem até um senador do DEM, Jonas Pinheiro (MT), ao Ministério da Fazenda para uma reunião de mais de duas horas com o ministro Guido Mantega.
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Em jogo está o apoio da Fazenda para a reestruturação da dÃvida de R$ 4,5 bilhões que Mato Grosso tem com a União. O Estado quer pagar à vista a dÃvida com o governo federal, com um empréstimo mais barato a ser contraÃdo com bancos privados. Com o sinal verde dado ontem por Mantega, o governador disse que espera também o voto de Jayme Campos, o outro senador do DEM do Estado.
¨Eu tenho insistido com o Jonas e o Jayme. Eles estão propensos a acompanhar o interesse do nosso Estado¨, disse Maggi. ¨Eles têm que defender é o Estado e não a polÃtica do ?seu? Bornhausen e não sei de quem mais¨, criticou, referindo-se ao ex-senador e ex-presidente do DEM Jorge Bornhausen (SC), que prega o voto contra a CPMF. Segundo o governador, faltava só a decisão polÃtica do governo para a reestruturação da dÃvida de Mato Grosso ser aceita pelo Tesouro Nacional.
Com apoio de Maggi, o Planalto também espera os votos dos senadores Expedito Junior (RO) e César Borges (BA), ambos do PR. Para tentar ganhar o apoio de Expedito, o governador articula com Mantega a reabertura de negociações referentes a uma dÃvida que o Estado assumiu depois da intervenção no Banco de Rondônia. ¨A intervenção do banco foi feita de forma que o Estado não concordou. É preciso reabrir essa discussão em relação ao banco. A dÃvida do banco ficou grande e o Estado de Rondônia ficou responsável por pagar essa conta¨, explicou o governador.
Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) mostrou que a intervenção do Banco Central no Beron foi responsável pelo aumento da dÃvida da instituição estadual de R$ 40 milhões para R$ 600 milhões. Por causa disso, o governo de Rondônia é obrigado a pagar, todos os meses, R$ 12 milhões à União. Expedito Júnior quer que a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprove a auditoria do TCU e suspenda o pagamento mensal do Estado. Ele já disse que vai votar contra a CPMF porque não tem tido apoio da bancada governista nesse assunto.
PROBLEMAS POLÃTICOS
Maggi reconheceu ontem que no caso de César Borges os problemas a serem resolvidos são polÃticos, mas acredita que não são impossÃveis de serem contornados. ¨Estamos muito próximos de termos todos os votos do PR. O partido faz parte da base e tem uma obrigação com o governo. Mas tem convencimento de cada um para questões estaduais que vêm se arrastando¨, disse o governador.
A deixa do papel decisivo de Maggi para as negociações da CPMF foi dada ontem cedo pelo ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro. Logo no inÃcio da manhã, Múcio chegou ao Ministério da Fazenda informando que teria uma reunião com Mantega e com o governador. Ele admitiu que ¨nenhum dos dois lados, governo e oposição, tem absoluta certeza dos votos¨.
Mantega e Múcio já tinham passado a noite em reuniões de negociação sobre a CPMF. O ministro não estava no prédio e a reunião não ocorreu. À tarde, Maggi entrou de forma discreta no ministério e Jonas Pinheiro chegou em seguida. Abordado pela reportagem do Estado, Pinheiro inicialmente se recusou a informar seu nome. Depois, alegou que iria acompanhar Maggi numa reunião.
Com a reestruturação da dÃvida do Estado, Maggi espera ter mais dinheiro para investir em infra-estrutura. ¨Quero ir ao mercado e pagar à vista a dÃvida. Nós vamos criar um novo modelo de refinanciamento.¨
FRASES
Blairo Maggi - Governador de MT:
- Eu tenho insistido com o Jonas e o Jayme. Eles estão propensos a acompanhar o interesse do nosso Estado.
- Eles têm que defender é o Estado e não a polÃtica do ¨seu¨ Bornhausen e não sei de quem mais.
- Estamos muito próximos de termos todos os votos do PR.
- Quero ir ao mercado e pagar à vista a dÃvida. Nós vamos criar um novo modelo de refinanciamento.
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