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Santa Cruz de la Sierra cria assembléia para instaurar autonomia
12/12/2007 - Ansa

Líderes de vários setores de Santa Cruz, principal região econômica da Bolívia e reduto opositor, instalaram nesta quarta-feira uma assembléia para aprovar um estatuto com vistas a instaurar no sábado um regime autônomo.

Entre as 82 pessoas que formam a assembléia estão líderes políticos, sociais, de grupos étnicos, funcionários públicos, parlamentares e constituintes de Santa Cruz.

¨Vamos iniciar uma revolução na Bolívia sem fuzis, com as armas da democracia e a representação para aprovar um estatuto para a criação da autonomia do nosso departamento¨, disse Pablo Klinsky, presidente do corpo.

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A assembléia foi instalada ao meio-dia no edifício da prefeitura de Santa Cruz, na praça principal da cidade, a mil quilômetros de La Paz, onde cerca de 500 pessoas realizam greve de fome desde segunda-feira.

Santa Cruz lidera a rejeição ao projeto de Constituição aprovado pela Assembléia Constituinte e a reivindicação sobre o corte no orçamento dos departamentos decretado pelo presidente.

¨Vamos aprovar um grande estatuto econômico, que depois será debatido, chegaremos a um consenso e será aprovado detalhadamente para dar à Bolívia, a Santa Cruz, um modelo de administração do Estado que permita o desenvolvimento com igualdade de condições e oportunidades¨, acrescentou Klinsky.

A assembléia local pretende entregar o estatuto no sábado para que se inicie a autonomia departamental de Santa Cruz. Apóia-se na aprovação do referendo de autonomia de 2006, no qual ganhou na região, embora no resto do país o resultado tenha sido o oposto.

O governo já advertiu que não permitirá ações separatistas e que utilizará a força legal para impedi-las.

O porta-voz da Presidência, Alez Contreras, afirmou nesta quarta-feira que nas últimas horas foram enviados 400 policiais para reforçar a guarda em Santa Cruz ¨com o único objetivo de proteger os edifícios públicos e evitar que sejam tomados¨, disse.

Por sua vez, o comandante do Exército, Freddy Bersatti, anunciou que ¨se a polícia for vencida, e pedir, os militares a apoiarão para garantir a segurança pública¨.

Na mesma posição de rejeição ao projeto constitucional e de lutar pela autonomia por conta própria estão os prefeitos e líderes opositores de Tarija, Beni e Pando, Departamentos em que também ganhou o ¨sim¨ no referendo.

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