Maggi vai ao DEM pedir penico 20/12/2007
- Blog de Josias - Folha Online
Passada a tempestade, vem a cobrança. Lula não levou a CPMF. Mas vai ter de pagar a conta da malsucedida operação de cooptação de votos no Senado. O governo convive agora com dois tipos de fatura. A dos governistas e a da oposição. Ou liquida as duas ou arrisca-se a ter novos problemas a partir de fevereiro de 2008, mês em que o ano legislativo recomeça.
Os senadores filiados a partidos associados ao consórcio governista fazem fila no Planalto para exigir a efetiva liberação de emendas orçamentárias já empenhadas. Só nos 15 dias que antecederam a votação da emenda da CPMF, o governo emitiu R$ 740 milhões em empenhos. Exige-se agora a liberação.
“Empenharam uma tonelada de emendas para os governistas e zero ou algo próximo de zero para os da oposiçãoâ€, compara Agripino. “Por que admitirÃamos isso? Por que temos de aceitar essa divisão entre parlamentar de primeira e de segunda categoria. A verba das emendas vai para obras nos Estados e nos municÃpios. Tem de ser observado o mesmo percentual para todos.â€
Em meio à guerra do imposto do cheque, o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), prometera a Lula cooptar os votos de dois senadores do DEM: os mato-grossenses Jayme Campos e Jonas Pinheiro. Em troca, obteve do presidente o compromisso de autorizar uma operação de refinanciamento de uma dÃvida estimada em R$ 5 bilhões.
O governador busca socorro, agora, na legenda que tentara minar. Nesta quarta-feira (19), emissários de Maggi se reuniram com Agripino Maia. E o lÃder do DEM, a pedido do liderado Jonas Pinheiro, abraçou a causa. “Quando queria cooptar dois votos do nosso partido, o governo prometeu ajudar Mato Grosso. Pois agora queremos viabilizar a operação.â€
Para amarrar o voto do dissidente Expedito Júnior (PR-RO), PSDB e DEM comprometeram-se em ajudar o senador sublevado a resolver um problema que se arrastava pelos escaninhos do Senado desde 2003. Envolve uma dÃvida de Rondônia com a União. Soma R$ 2,9 bilhões.
Nas pegadas da decisão que livrou Rondônia da dÃvida, os senadores do Paraná exigiram tratamento isonômico. E o Senado aprovou, nesta quarta-feira (19) o congelamento de uma dÃvida do velho e bom Banestado. Coisa de R$ 600 milhões.
O mesmo Arruda a quem Lula, em visita sigilosa ocorrida no dia da votação da CPMF, pediu ajuda para amolecer o fechamento de questão do DEM contra o imposto do cheque. O presidente rogou e não obteve auxÃlio.
Destina-se ao pagamento da dÃvida do Estado com a União, de cerca de 32 bilhões. Equivale a três vezes o orçamento anual do erário gaúcho. A operação obteve o apoio de toda a bancada do Estado, inclusive de Pedro Simon (PMDB), que, sob protestos do lÃder tucano Arthur VirgÃlio, tentou, na madrugada em que a CPMF foi enterrada, adiar a votação.
Simon queria que os senadores se auto-concedessem um tempo de 12 horas para analisar uma carta assinada por dois ministros e endossada por Lula. No texto, o governo comprometia-se a aplicar na saúde toda a arrecadação do imposto do cheque. Junto com os demais opositores da CPMF, o PSDB deu de ombros para o documento. Mas não abre mão do cumprimento da promessa feita a Yeda Crusius.