Turistas estrangeiros gastaram no Brasil, conforme os registros do Banco Central, o valor recorde de US$ 4,953 bilhões no ano passado, 14,7% mais do que em 2006. Ainda assim o balanço cambial do turismo piorou, pois as despesas de brasileiros no exterior aumentaram 42% entre 2006 e 2007, de US$ 5,764 bilhões para US$ 8,211 bilhões.

Real valorizado e aumento do emprego e da renda são fatores que estimularam as viagens dos brasileiros ao exterior, ao contrário do que ocorreu com os turistas que vêm ao Brasil, que pagaram suas despesas com dólares desvalorizados. Não se estranhe, pois, que o déficit na conta do turismo tenha mais que dobrado, passando de US$ 1,448 bilhão para US$ 3,258 bilhões. O que não se justifica é o fato de o Brasil ocupar um modestíssimo 59º lugar entre os 124 países pesquisados pelo Fórum Econômico Mundial, de Davos, no ano passado. E que o setor de turismo tenha um peso tão pequeno na atividade econômica do País, da ordem de 2,8% do PIB, ante cerca de 11% em Portugal e na Espanha.

Não é por falta de investimentos privados do País e do exterior no setor. Hotéis de grande porte e resorts estão em construção, notadamente no Nordeste, com predomínio de investimentos de grupos europeus, como Sánchez, da Espanha; Brazilian Development, da Noruega; e Ultra Classic, da França. Em capitais como Natal (RN), o número de leitos de hotéis aumentou de 30 mil para 80 mil nos últimos 12 anos, segundo reportagem do jornal Valor, de sexta-feira.


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O objetivo da Embratur é atrair mais turistas estrangeiros. Em média, segundo a empresa, eles permaneceram no Brasil 18 dias em cada viagem, em 2007, dois dias mais do que em 2006. A média geral de gastos diários, por turista, foi de US$ 91,74, mas os europeus gastaram bem mais que isso. Segundo a presidente da Embratur, Jeanine Pires, aumentou em 22% o número de viagens dos turistas espanhóis ao País.

Para atrair mais turistas, é preciso oferecer não apenas mais vôos e mais hotéis, o que já vem ocorrendo, mas serviços de qualidade, funcionários bilíngües, segurança reforçada nas proximidades de hotéis e aeroportos e infra-estrutura. O empenho justifica-se pelo aumento do emprego propiciado pelo turismo e da renda gerada para os mais diversos segmentos - shopping centers, restaurantes, cinemas, táxis, transporte especializado, farmácias. Mais importante ainda agora, que o saldo comercial tende a cair.

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