Teixeira admite ter recebido US$ 3,2 mi no caso Varig 22/06/2008
- Mariana Barbosa - O Estado de S.Paulo
O advogado Roberto Teixeira admitiu ao Estado que recebeu US$ 3.266.825,79 referentes a serviços prestados para a VarigLog, incluindo uma taxa de sucesso de US$ 750 mil (R$ 1.600.050) pela participação na compra da Varig em leilão judicial. O valor refere-se ao perÃodo de abril de 2006 a junho de 2007.
O advogado cobra ainda US$ 682 mil (R$ 1.220.448,40) referentes a serviços prestados entre julho de 2007 e janeiro de 2008 e não pagos.
Em um ano e nove meses, portanto, os honorários e taxas de sucesso do escritório do advogado totalizaram US$ 3,95 milhões.
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Na última quarta-feira em BrasÃlia, Teixeira afirmou que recebera apenas US$ 350 mil da VarigLog. Ele foi a BrasÃlia à convite do Senado para explicar as acusações da ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu, que em entrevista ao Estado disse que ele teria se aproveitado do livre trânsito com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu compadre, e com a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) para conseguir aprovar a compra da VarigLog e da Varig. Segundo Denise, a atuação do escritório no episódio foi “imoralâ€.
O valor dos honorários apresentado em BrasÃlia causou surpresa e estava bem abaixo dos US$ 5 milhões que o empresário Marco Audi, sócio afastado da VarigLog, disse ter pago para o escritório Teixeira, Martins e Advogados. “Paguei US$ 5 milhões ao Roberto Teixeira para ele resolver e ele resolveuâ€, declarou Audi. “Não sei o que ele negociou, mas sua influência foi 100% decisiva.â€
Segundo Denise Abreu, por pressão da Casa Civil, os sócios estrangeiros e brasileiros da VarigLog foram dispensados de apresentar documentos com comprovação de origem de capital e de renda e que seriam necessários para avaliar denúncias de que o verdadeiro controlador seria estrangeiro.
Hoje se sabe que os brasileiros Marco Audi, Marcos Haftel e Luiz Gallo não desembolsaram um real para entrar na sociedade com o fundo estrangeiro Matlin Patterson, embora formalmente fossem donos de 80% das ações com direito à voto. Com isso, o fundo ficou dentro da lei que limita em 20% a participação estrangeira no setor.
No perÃodo, a planilha registra a saÃda de US$ 2.255.455,13 (R$ 4.853.401,03) para Teixeira. Outros US$ 440 mil (R$ 840.387,84) foram pagos de março a junho de 2007, conforme relatório da L&A Consultores do inÃcio deste ano. Foram repassados ainda US$ 652 mil (R$ 1.436.583,10), em cinco pagamentos, de 20 de abril de 2006 a 28 de julho de 2006, por meio da VBP.
Formalmente, Teixeira rescindiu o contrato com a VarigLog em janeiro deste ano. Mas ele rompeu apenas com os brasileiros, pois no mês seguinte voltou a advogar para a VarigLog, contratado pelo Matlin.