O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, ressaltou ontem que a crise financeira internacional é grave e seus impactos na economia real começam agora a ser medidos, especialmente com a diminuição da liquidez bancária e perda de riqueza percebida pelas famílias norte-americanas.

¨Não há dúvida de que há um impacto da maior importância¨, comentou. ¨Se olharmos lá fora, a percepção de gravidade da crise no mercado internacional era muito maior ontem do que hoje. Amanhã vamos ver. A crise é séria, vemos a sua evolução na Europa. Nós estamos observando que (o credit crunch) é algo que é sujeito a muitos altos e baixos, independente da evolução política nos Estados Unidos relativa à formação do pacote (financeiro de US$ 700 bilhões)¨.

Embora tenha ressaltado que o Brasil não está imune à crise, pois faz parte do circuito comercial internacional e também do círculo de fluxos de capitais globais, o presidente do Banco Central destacou novamente que o Brasil está mais resistente à desaceleração da economia mundial do que no passado.


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Ele destacou que as reservas internacionais, que somam cerca de US$ 207 bilhões, são equivalentes a três vezes a dívida externa que vence em 12 meses. Meirelles afirmou que o Brasil soube aproveitar o ciclo de expansão econômica mundial, pois de janeiro de 2004 até agosto de 2008 o Banco Central incorporou um total de US$ 157,8 bilhões em suas reservas cambiais.

Meirelles afirmou que as autoridades econômicas do País estão olhando com grande serenidade para os desdobramentos da crise financeira internacional, e que, se for necessário, o governo não hesitará em tomar medidas para coibir os efeitos negativos na economia brasileira.

¨Estamos observando (a crise) com serenidade porque a situação nos permite, dado que o País está em condições de fazer isso¨, afirmou. ¨Medidas precipitadas adotadas no calor dos acontecimentos tendem a ser medidas que se mostram equivocadas. Este é um momento de teste.¨

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