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Tarso Genro nega radicalização do MST
02/03/2009 - Renata Giraldi - Folha Online

O ministro Tarso Genro (Justiça) negou nesta segunda-feira que ocorra uma radicalização dos movimentos sociais em decorrência da onda de invasões de terras deflagrada nos últimos dias em São Paulo, Pernambuco e no Pará. Segundo ele, a Força Nacional pode ser acionada no Pará, se a governadora Ana Júlia Carepa (PT) solicitar.

Para Tarso, as ações mais intensas dos movimentos sociais que defendem a reforma agrária ocorrem de forma "cíclica" no país desde a Revolução de 1930. "Essas questões são cíclicas no Brasil desde a revolução de 30. A questão da terra no Brasil é pendente. A questão da reforma agrária tem sido ordenada dentro da Constituição. Eu não vejo nenhum índice de aumento de violência", disse.

Segundo o ministro, os Estados e a União devem agir apenas quando há violação da lei e da ordem. "O que ocorre é a mobilização de movimentos sociais, em determinadas circunstâncias de maneira mais arrojada, quando eles violam a lei e a constituição, os Estados têm de operar ou quando a União for chamada também tem de operar", afirmou.


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De acordo com Tarso, a Força Nacional pode ser acionada mediante pedido oficial do governador. No caso do Pará, o ministro afirmou que não houve pedido algum da governadora, mas se ocorrer, os homens poderão ser acionados para atuação na região.

Em São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que os invasores das terras devem pagar por possíveis irregularidades cometidas. "O sem-terra [Movimento dos Trabalhadores Sem Terra] é um movimento que existe desde a década de 80. Já alcançaram a maturidade e eles sabem o que é legal e o que não é legal. Aquilo que não é legal, todos nós brasileiros e o mais humildade dos sem-terra devemos pagar por qualquer irregularidade."

Lula disse que é "inaceitável" o confronto entre sem-terra e cinco seguranças em São Joaquim do Monte (PE), que terminou com a morte de quatro dos seguranças no sábado de Carnaval.

Os integrantes do MST disseram que foram atacados por "pistoleiros armados com espingardas e pistolas" e que os sem-terra agiram "em defesa do acampamento". "É inaceitável a desculpa de legítima defesa para matar quatro pessoas", disse Lula.

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