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Protógenes nega ter investigado Lulinha e se recusa a responder pergunta sobre Dilma
08/04/2009 - Gabriela Guerreiro - Folha Online

O delegado Protógenes Queiroz negou nesta quarta-feira ter investigado o filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Fábio Luís da Silva, durante a Operação Satiagraha.

Em depoimento à CPI das Escutas Clandestinas da Câmara, o delegado não quis responder se a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) esteve entre os investigados da operação.

"Excelentíssimo senhor presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, deputado federal Marcelo Itagiba [PMDB-RJ], cujo objeto jurídico é a interceptação telefônica clandestina de dados, eu me abstenho de responder à pergunta", afirmou.


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A frase de Protógenes foi repetida mais de dez vezes no início do seu depoimento à comissão. Em mais de dez perguntas feitas por Itagiba a Protógenes, o delegado se recusou a responder a maioria --o que irritou o presidente da comissão.

Itagiba disse, porém, que Protógenes legalmente pode manter-se em silêncio uma vez que depõe protegido por habeas corpus do STF (Supremo Tribunal Federal).

"Quem está coberto por habeas corpus, tem o direito de se omitir, mentir ou de se abster para não se comprometer com a verdade", disse Itagiba.

Protógenes se recusou a responder se a Operação Satiagraha foi deflagrada a pedido do Palácio do Planalto. O delegado também não quis confirmar a participação de homens da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) nas investigações.

Explicações

A convocação de Protógenes à CPI foi motivada por reportagem da revista "Veja" revelando que o delegado usou métodos ilegais para investigar diversas autoridades dos três Poderes.

Protógenes ficou conhecido nacionalmente durante a Operação Satiagraha, que prendeu no ano passado o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, o ex-prefeito Celso Pitta e o investidor Naji Nahas. Todos foram soltos depois.

Entre os problemas da investigação estaria a utilização de agentes da Abin na operação. De acordo com a reportagem, a PF teria descoberto no computador pessoal e pen drive de Protógenes informações sobre investigações ilegais cometidas pelo delegado.

A revista diz que nos documentos encontrados na casa de Protógenes há relatórios que levantam suspeitas sobre atividades de ministros do governo, fotos comprometedoras que foram usadas para intimidar autoridades e gravações ilegais de conversas de jornalistas.

Segundo a revista, para investigar o filho de Lula, Protógenes teria dito a integrantes de sua equipe que teria recebido uma missão presidencial. A revista diz que um dos espiões teria ouvido de Protógenes que o presidente tinha interesse na investigação porque seu filho teria sido cooptado por uma organização criminosa --referência a Daniel Dantas.

A empresa de Lulinha fechou em 2004 um acordo com a Brasil Telecom, que na época era controlada por Dantas.

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