Doações ao DEM e PSDB tinham recibo; a do PT, não 13/04/2009
- Blog de Josias de Souza - Folha Online
Nesta terça (14), o ministro Tarso Genro (Justiça) e o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, darão as caras na Comissão de Justiça do Senado.
Foram chamados para explicar por que partidos e polÃticos que receberam doações legais da Camargo Corrêa foram expostos no noticiário em situação vexatória.
Uma notÃcia produzida pelo repórter Hudson Corrêa e veiculada pela Folha deve açular a animosidade dos queixosos DEM e PSDB.
Dá-se coisa inversa no caso de um repasse feito ao PT. Ainda assim, as legendas de oposição ganharam o noticiário. O petismo não.
Captados por grampos telefônicos, os diálogos travados entre diretores da empreiteira estimularam a suspeita de que a Camargo Corrêa borrifara verbas no caixa dois de partidos.
São conversas vadias, que fazem menção a doações intermediadas pela Fiesp. Contribuições “por dentroâ€, supostamente legais, e “por foraâ€, à margem da lei.
Mas o PT, com o seu recibo “pendenteâ€, estava em situação menos cômoda do que o DEM. A despeito disso, o petismo não foi pendurado nas manchetes.
Num e-mail anterior, datado de 6 de novembro, Luiz Henrique, o preposto da Fiesp, informara a Fernando Dias Gomes, diretor da Camargo Corrêa, o seguinte:
"O recibo do DEM-RN, R$ 300.000,00, eu mandei ontem por Sedex a você, deve chegar hoje...â€
“...Quanto aos dois [recibos] do PSDB do Pará, fui informado pelo próprio partido que eles já haviam enviado diretamente a vocês."
O diretório paraense do PSDB fora aquinhoado com R$ 300 mil. Em duas parcelas: R$ 200 mil e R$ 100 mil. Daà a referência a “dois†recibos.
Em suas manifestações públicas, Tarso Genro e Luiz Fernando Corrêa disseram que a investigação da PF jamais visou os partidos. O alvo sempre foi a Camargo Corrêa.
O diretor da PF chegou a dizer que a responsabilidade pela exposição das legendas era do juiz Fausto de Sanctis. Uma meia verdade.
O magistrado, de fato, anotou na ordem de prisão de dez funcionários da empreiteira e doleiros as siglas de sete partidos: DEM, PSDB, PMDB, PPS, PSB, PDT e PP.
Mas De Sanctis não fez referência aos nomes dos polÃticos citados nos grampos. Preservou, entre outros, Agripino Maia e Flexa Ribeiro.