O blog obteve cópia do documento. Os números revelam que um deputado brasileiro custa mais ao erário do que os seus congêneres de nações ricas e desenvolvidas.
Entre os paÃses listados no estudo, os EUA figuram como única exceção. Em todos os outros o parlamentar custa ao contribuinte menos do que no Brasil.
O levantamento leva em conta o salário e as chamadas verbas de representação, que cobrem as despesas relacionadas com o exercÃcio do mandato.
Considerando-se o custo individual do deputado, a coisa ficou assim:
É esse o pedaço do estudo mais festejado pelos dirigentes da Câmara. O Brasil, por populoso, desceu ao último lugar do ranking. Ficou assim:
- Grã-Bretanha: o deputado custa R$ 7,37 para cada mil habitantes;
- Alemanha: R$ 7,37 por grupo de mil habitantes;
- França: R$ 6,63 por mil;
- EUA: R$ 4,88 por mil;
- Chile: R$ 3,94 por mil;
- Brasil: R$ 3,29 para cada mil habitantes.
O estudo da Câmara eximiu-se de fazer uma comparação que talvez seja a mais relevante. Deixou-se de levar em conta as diferenças de renda dos cidadãos de cada paÃses.
Tome-se o exemplo da Grã-Bretanha, acomodado no primeiro lugar do ranking de gastos no recorte que leva em conta o número de habitantes.
Se tivesse esmiuçado esses dados, o trabalho da Câmara teria concluÃdo que o custo de um deputado brasileiro supera em dez vezes o de um colega britânico.
Nos EUA, o Tesouro banca os vôos de parlamentares, assessores ou prestadores de serviço em missão comprovadamente oficial.
Viagens ao exterior, só quando autorizadas pelos presidentes da Câmara ou da comissão a que pertence o deputado. São proibidas as viagens de caráter pessoal, polÃtico ou de campanha. Cônjuges e familiares podem acompanhar o deputado em missões oficiais.
Na França, há uma cota anual de 40 passagens (ida e volta) entre Paris e a circunscrição eleitoral do deputado. Fora desses limites, seis bilhetes anuais. Nada de parentes.
No Chile: cota anual de 60 passagens. Desse total, 48 são nominais. Só podem ser usadas pelo deputado. Doze podem ser cedidas terceiros, por indicação do titular do mandato.
Nesta terça (19), os deputados brasileiros foram apesentados a uma novidade. Em vez da mirÃade de cotas (indenizatória, postagem, telefone, impressão, assessores, etc) vão dispor de uma supercota. Os valores continuam os mesmos –entre R$ 23 mil e R$ 34 mil mensais, a depender do Estado de origem do deputado.
Desfraldou-se uma promessa de cortes. Não chegará ao bolso do parlamentar. Se levada a efeito, afetará o custeio da Câmara. Pretende-se podar R$ 291 milhões do orçamento de 2009.