MEC vai fechar 17 cursos de formação de professor 07/06/2009
- Blog de Josias de Souza
Fiscalizaram-se 49 escolas de pedadogia e 11 de normal. Dessas 60, apenas três foram consideradas "satisfatórias". 40 tiveram de assinar termo de correção de "deficiências".
Fiscalização realizada pelo Ministério da Educação revelou que os cursos de formação de professores encontram-se em situação desoladora no país.
O trabalho envolveu 60 cursos de nível superior –49 de pedagocia e 11 de normal. Todos haviam obtido conceitos insatisfatórios (1 e 2) no Enade.
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O Exame Nacional de Avaliação do Desempenho de Estudantes fora aplicado em 2005. Mas os resultados só vieram à luz em 2007.
Em fevereiro de 2009, o MEC constituiu uma “Comissão de Supervisão” dos cursos. O grupo foi assessorado por especialistas em pedagogia.
O trabalho foi concluído no mês passado. Produziu-se o retrato de uma tragédia. Com base nesse levantamento, que envolveu visitas às escolas, o ministério decidiu agir.
De cara, serão fechados 17 cursos, 12 dos quais a pedido das próprias instituições de ensino. Eis os cursos que se encontram em processo de extinção:
1. Centro de Ensino Superior de Catalão (Catalão–GO)
2. Faculdades Integradas de Fátima do Sul (Fátima do Sul–MS)
3. Universidade de Fortaleza (Fortaleza–CE)
4. Universidade Federal de Mato Grosso (Colider–MT)
5. Universidade Federal de Mato Grosso (Diamantino–MT)
6. Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (Campo Grande–MS)
7. Instituto Superior de Educação Verde Norte (Mato Verde–MG)
8. Faculdades Integradas IESGO (Formosa–GO)
9. Faculdade de Direito e Ciências Sociais do Leste de Minas (Reduto–MG)
10. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Dom Bosco (Resende–RJ)
11. Instituto Superior de Educação Almeida Rodrigues
12. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Tatuí (Tatuí–SP)
13. Faculdades Integradas de Naviraí (Naviraí–MS)
14. Centro Universitário de Araraquara (Araraquara–SP)
15. Instituto Superior de Educação de Campo Verde (Campo Verde–MT)
16. Instituto Superior do Litoral do Paraná (Paranaguá–PR)
17. Faculdades Sete de Setembro (Caldas Novas–GO)
Apenas três de pedagogia submetidos à fiscalização foram considerados “satisfatórios” pela comissão do MEC.
Entendeu-se que os resultados do Enade, embora ruins, não batiam com a situação encontrada na visita in loco. Essa trinca de cursos é ministrada pelas seguintes instituições:
1. Universidade Católica de Pernambuco (Recife–PE)
2. Pontifícia Universidade Católica de Campinas (Campinas–SP)
3. Universidade Católica de Goiás (Goiânia–GO)
Os demais 40 cursos continuarão funcionando sob condições. Já assinaram ou ainda vão assinar um documento chamado TSD (Termo de Saneamento de Deficiências).
Trata-se de um acordo no qual as escolas se comprometem a sanar os seus problemas num prazo de um ano.
um acordo com o MEC para melhorar a situação de seus cursos no período de um ano. Das demais, três foram considerados de boa qualidade. O restante será extinto.
Essas instituições estão divididas em três grupos. O primeiro é compostos por 26 escolas que assinaram o acordo ainda em 2008.
Nesses casos o prazo dado pelo MEC para os ajustes encerra-se no final desse mês de junho.
Um segundo grupo –cinco escolas—assinou o termo de ajuste entre março e abril de 2009. Terão de apresentar relatórios preliminares até o final do ano.
Um terceiro grupo –- nove cursos -— assinará o compromisso nos próximos dias. E terá até 2010 para se ajustar.
Noves fora a situação precária das escolas que formam os professores brasileiros, uma outra pesquisa que corre de mesa em mesa no MEC traz dados preocupantes.
Foi feita pela professora Paula Louzano. É doutora pela Universidade de Harvard, uma das mais prestigiosas usinas de canudos dos EUA.
Servindo-se de dados do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), Paula verificou que só 5% dos alunos que obtiveram as melhores notas desejam se tornar professores.
Mesmo entre os alunos que obtiveram as piores menções o gosto pelo magistério é baixo: 16%. Reflexo da falta de atrativos da carreira.
Coisa natural num país que está às voltas com dificuldades homéricas para implementar uma lei que concede aos professores o piso miserável de R$ 950 mensais.
- Serviço: Pressionando aqui você chega ao relatório do MEC. Anota em sete páginas a situação em que se encontram os 60 cursos fiscalizados. Anota os nomes das escolas.