A comissão incumbida de analisar o impeachment da governadora gaúcha Yeda Crusius (PSDB) aprovou o arquivamento do pedido.

Deu-se na noite passada, por 16 votos a zero. A sessão foi tumultuada. Houve bate-boca. Os deputados de oposição bateram em retirada.

Antes, os adversários de Yeda na Assembléia Legislativa, sabendo-se em minoria, tentaram impedir a comissão de deliberar. Daí o tumulto.


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As galerias estavam apinhadas de sernvidores públicos anti-Yeda. A certa altura, puseram-se a gritar palavras de ordem. Coisas como “Ladra� e “quadrilha�.

A sessão foi suspensa. Reabertos os trabalhos, o relatório pró-gaveta foi a voto. Aprovado, segue para o plenário da Assembléia.

Ali, a encrenca deve ser votada daqui a 11 dias, em 20 de outubro. Estima-se que o plenário ratificará o arquivamento. A bancada que dá suporte a Yeda é majoritária.

O pedido de impeachment é patrocinado por uma guilda sindical. Chama-se Fórum dos Servidores Públicos Estaduais do Rio Grande do Sul.

O relatório que manda o pedido ao arquivo é da lavra da deputada Zilá Breitenbach (PSDB), tucana como Yeda.

Antes que a comissão se reunisse, dois adversários de Yeda, os deputados Ronaldo Zülke (PT) e Paulo Azeredo (PDT), tentaram obter munição nova.

Foram ao encontro da juíza Simone Barbisan Fortes, que conduz o processo em que Yeda e mais oito pessoas são acusadas de improbidade administrativa.

A ação judicial refere-se ao escândalo do Detran-RS. Apura-se o desvio de R$ 44 milhões. Zülke e Azeredo estavam atrás de dados bancários de Yeda.

Foram informados de que não há nos autos vestígios de informações sobre as finanças de Yeda. A juíza reiterou a ambos que o processo já fora enviado à Assembléia.

A dupla encareceu à magistrada que requeresse a quebra dos sigilos bancário e fiscal da governadora.

É coisa que, ainda que quisesse providenciar, a juíza não poderia fazê-lo. O processo está suspenso, à espera do julgamento de um recurso no TRF.

Zülke e Azeredo foram também ao Ministério Público. Avistaram-se com a procuradora da República Jerusa Viecili.

Ela integra a força-tarefa que esquadrinhou os malfeitos do Detran e formulou a denúncia que resultou na abertura do processo judicial.

Os deputados formalizaram o pedido de acesso aos dados fiscais e bancários de Yeda. Nada que pudesse alterar, contudo, os rumos da comissão do impeachment.

O jogo está jogado. Resta à oposição apostar na CPI que corre em via paralela ao natimorto pedido de impeachment.

A menos que a bancada da governadora sofra uma implosão, a CPI deve desaguar em pizza.

Mas, enquanto o forno não chega, a oposição liderada pelo PT vai produzindo novas ranhuras na imagem de Yeda, já repleta de entalhes.

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