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Metade dos brasileiros não completou o ensino fundamental, revela IBGE
09/10/2009 - Diana Brito - Folha Online

Apesar do aumento de 15,1% do número de pessoas de 25 anos ou mais de idade que completaram oito anos de estudo de 1998 a 2008, metade dos brasileiros (50,2%) não concluíram o ensino fundamental. É o que mostra a Síntese de Indicadores Sociais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgada nesta sexta-feira.

Em 1998, 65,3% das pessoas de 25 anos ou mais idade tinham o ensino fundamental incompleto. Em 2003, essa taxa caiu para 58,6% e, ano passado, atingiu 50,2%.

Especialistas disseram que ao reduzir a proporção daqueles que tinham o ensino fundamental incompleto, nota-se uma melhora dos níveis subsequentes. Porém, a pesquisa do IBGE registra que apenas 21,5% dos entrevistados tinham o ensino médio completo e 9,5% o superior concluido.


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A média de estudos no país de pessoas de 25 anos ou mais de idade era de 7 anos em 2008, o que representa uma escolaridade que não atingiu a conclusão do ensino fundamental. Em 1998, os brasileiros desta faixa etária completaram apenas 5,6 anos de estudos.

Por meio da pesquisa de 2008 foi possível verificar a ocupação dos jovens de 20 a 24 anos. Os dados do levantamento apontam que das 16,5 milhões de pessoas desta faixa etária, a metade (53,5%) só trabalha, 17,1% cuida dos afazeres domésticos, 15,0% trabalha e estuda, 9,2% só estuda e 5,2% não realiza nenhuma atividade.

Mulheres

Outros dados que chamaram a atenção no levantamento se referem as mulheres que têm mais escolaridade, porém ganham menos em todas as posições na ocupação. Segundo pesquisadores, a média de estudos das mulheres é superior a dos homens, o que, de certa forma, pode contribuir para um ingresso mais tardio no mercado de trabalho.

Em 2008, na área urbana, a média de escolaridade das mulheres ocupadas foi de 9,2 anos de estudos, enquanto para os homens foi de 8,2. Na área rural, a média de anos de estudo, apesar de estar em patamares mais baixos, também é favorável às mulheres, 5,2 contra 4,4 anos.

Entre as pessoas com 12 ou mais anos de estudo (nível superior completo ou incompleto), a desigualdade entre homens e mulheres é ainda maior. Verificou-se, em 2008, que no Brasil, de cada cem pessoas com 12 anos ou mais de estudo, 56,7% eram mulheres e 43,3% eram homens.

Essa diferença se verifica em todo o país, chamando a atenção para os Estados do Maranhão, Piauí, Sergipe, Pernambuco, Tocantins e Mato Grosso do Sul com as maiores diferenças.

Mesmo com maior escolaridade, a proporção de mulheres dirigentes (4,4%) ainda é inferior à proporção dos homens (5,9%). No Sul, Sudeste e Centro Oeste, as diferenças são acentuadas entre homens e mulheres em contraposição ao Norte e Nordeste.

Em todas as posições de ocupação, o rendimento médio dos homens é maior que das mulheres. A maior diferença de rendimento é na posição de empregador, onde os homens auferem, em média, R$ 3.161, enquanto as mulheres apenas R$ 2.497. Ainda segundo o estudo, a menor diferença entre os salários de um casal é na posição de empregado sem carteira assinada.

Mulheres têm mais estudo, mas ainda ganham menos

As mulheres têm, em média, 1 ano a mais de estudos do que os homens, informou nesta sexta-feira o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A escolaridade média das pessoas do sexo feminino em áreas urbanas é de 9,2 anos. Já a dos homens não passa de 8,2 anos de estudos.

Nas áreas rurais, as mulheres têm 5,2 anos de estudos, em média. Os homens continuam atrás nessa comparação, com apenas 4,4 anos médios de estudos.

Já entre as pessoas com 12 anos ou mais de estudos, ou seja, inseridas no nível superior, a diferença é ainda maior. De cada 100 pessoas com esse tempo de estudos, 56,7 são homens e 43,3 são homens.

Mesmo com maior escolaridade, a proporção de mulheres dirigentes é menor. Do total de pessoas do sexo feminino inseridas no mercado de trabalho, 4,4% são dirigentes. Entre os homens, essa proporção é de 5,9%.

Cerca de metade das mulheres brasileiras trabalham. Em 2008, 47,2% das mulheres do país estavam empregadas. Se comparado a 1998, verifica-se um significativo aumento na proporção de mulheres que passaram a trabalhar. Naquela época, 42% estavam inseridas no mercado.

Se as mulheres apresentam maior nível de escolaridade, a proporção é diferente em relação aos rendimentos. Em todas as posições de ocupação, os homens ganham mais. Na posição de empregador, a mulheres recebem, em média, R$ 2.497 mensais, 22% a menos do que os empregadores do sexo masculino.

Entre os trabalhadores domésticos, a diferença permanece. As trabalhadoras sem carteira, por exemplo, ganham, em média, R$ 298 mensais. Já os homens dessa classe de trabalho têm rendimento médio de R$ 404.

Os dados fazem parte da Síntese dos Indicadores Sociais 2009, feita com base em dados da Pnad 2008 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). A pesquisa verificou ainda que 136 mil meninas de 10 a 15 anos são trabalhadoras domésticas. Do total de mulheres no mercado, 15,8% fazem trabalhos deste tipo. Entre os homens, a proporção é de apenas 0,8%.

Ainda no campo do trabalho doméstico, o IBGE constatou uma elevada participação de trabalhadoras de cor preta ou parda. Enquanto na população total feminina 51,5% se declaram preta ou parda, em meio às trabalhadoras domésticas, 60,9% são dessa classe racial.

  

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