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PSDB teme reflexo em eleições e se reúne amanhã para discutir escândalo no DF
30/11/2009 - Gabriela Guerreiro - Folha Online

A Executiva Nacional do PSDB se reúne amanhã, em Brasília, para discutir as denúncias contra o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), acusado de participar de esquema de pagamento de propina para aliados na Câmara Legislativa do DF --no episódio já conhecido como "mensalão" do Distrito Federal.

Os tucanos vão avaliar o teor das denúncias preocupado com as consequências do caso nas eleições de 2010.

O DEM é o principal aliado do PSDB em nível nacional. Os democratas não descartam indicar candidato para disputar a vice-presidência na chapa presidencial do PSDB, caso o partido decida não emplacar uma chapa "puro sangue" com os governadores José Serra (PSDB-SP) e Aécio Neves (PSDB-MG) lado a lado.


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A Folha Online apurou que, nos bastidores, os tucanos estão preocupados com a possibilidade das acusações contra Arruda prejudicarem a oposição em 2010. Como o DEM é o principal crítico do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em nível nacional, o PSDB teme que as denúncias sejam utilizadas para prejudicar a candidatura de Serra ou Aécio no ano que vem.

Os tucanos devem cobrar uma posição do DEM contrária a Arruda, para que as acusações não "colem" no candidato da oposição em 2010. Parte do DEM cogita expulsar Arruda dos quadros do partido, enquanto alguns democratas adotaram postura de maior cautela antes do governador apresentar formalmente as suas explicações.

A cúpula do DEM se reúne hoje à tarde com Arruda, mas parte dos democratas cobra ações para evitar que a crise no DF atinja o partido nacionalmente.

"O partido lhe dá crédito, mas as acusações são preocupantes. Se as explicações são forem suficientes, aí partimos para a solução extrema, que é a expulsão", disse o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).

Arruda passou o domingo reunido com assessores e advogados. Ele telefonou para dirigentes do DEM para se defender depois da exibição de imagens em que aparece recebendo um maço de dinheiro de seu ex-colaborador Durval Barbosa.

Arruda disse a integrantes do DEM que recebeu o dinheiro legalmente durante a campanha de 2006 para a compra de panetones, e teria recibos para comprovar a doação.

Foro privilegiado

Pressionado pelo partido, Arruda constrói uma estratégia para se manter no cargo, conservando, assim, o foro privilegiado para ser investigado. No entanto, ele disse a interlocutores que não descarta renunciar caso a situação se agrave.

Envolvido no escândalo de quebra do sigilo do painel do Senado em 2001, Arruda renunciou ao mandato. Antes de ser eleito governador, era deputado.

Em nota divulgada ontem, o governador e o vice, Paulo Octavio (DEM), negaram todas as acusações. Os dois se disseram "perplexos" com as denúncias e afirmaram que Barbosa agiu de forma "capciosa e premeditada", apresentando uma "versão mentirosa" dos fatos para prejudicar a administração.

No texto, Arruda e Paulo Octavio afirmam que foram vítimas de um "ato de torpe vilania" e se declararam "indignados". Disseram confiar que a Justiça vá inocentá-los e condenam "açodados juízos que, muito mais que atingir o princípio constitucional da presunção de inocência, colocam em risco a soberania da verdade democrática".

A nota foi a única manifestação pública até agora de Arruda e Paulo Octavio desde que a Polícia Federal deflagrou, na sexta-feira, a Operação Caixa de Pandora -- para apurar o suposto esquema de corrupção no governo do Distrito Federal.

Apesar de esperar explicações de Arruda, a cúpula do DEM admite que a crise no DF é "muito grave" e causou dano à imagem da sigla. "O partido não convive com o erro e vai querer explicações do governador. Quando identifica-se erro de um filiado, a pena é aplicável", disse o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN).

  

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