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DEM desmarca reunião da Executiva e sinaliza que poupará vice Paulo Octávio
10/12/2009 - Sofia Fernandes - Folha Online

O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), disse hoje que o caso do vice-governador do Distrito Federal, Paulo Octávio (DEM), será avaliada de forma diferente do governador José Roberto Arruda (DEM).

Segundo ele, o vice não está na mesma situação de Arruda, que se desfiliou hoje do partido para evitar a expulsão. O DEM se reuniria amanhã para oficializar a expulsão de Arruda, gravado em vídeo recebendo dinheiro durante a campanha de 2006. "Não tem um diálogo, não tem um vídeo recebendo recursos", afirmou Maia.

Segundo o deputado, o partido vai analisar "cada coisa em seu tempo", num sinal de que Paulo Octávio não deve ser alvo de nenhum procedimento interno. Com a desfiliação de Arruda hoje, o DEM desmarcou a reunião de amanhã da Executiva.


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De acordo com o líder do partido no Senado, senador Agripino Maia (RN), Paulo Octávio tem condições, inclusive, de continuar conduzindo o diretório regional do DEM, que está encarregado de decidir o desligamento do presidente afastado da Assembleia Legislativa do DF, deputado Leonardo Prudente.

O deputado distrital e o governador Arruda são suspeitos de comandar um esquema de repasse de propina. "É preciso que haja acusação com consistência para que a atitude que está tomada pelo DEM seja respaldada por unanimidade. Não estou procurando inocentar, é uma avaliação real dos fatos", disse Agripino Maia.

Segundo o senador, se o diretório regional não tomar decisões sobre o caso de Prudente, o diretório nacional passará a ter ingerência sobre o caso.

Carta

A liderança do DEM deu entrevista coletiva logo após o anúncio de desligamento do governador Arruda. Minutos antes, a executiva nacional havia recebido, por meio de carta, o pedido de desligamento.

Na carta, Arruda diz: "Este é o melhor caminho para preservar minha honra e meu governo, colocados em xeque por um triste espetáculo montado com óbvias motivações político-eleitorais".

O governador ainda conclama os ex-companheiros de partido a fazer uma "mudança profunda na legislação eleitoral, com uma reforma política que evite os fatos que se repetem sucessivamente, causando justa repugnância nos cidadãos brasileiros".

Caso o governador não pedisse seu desligamento, o partido votaria amanhã de manhã sua desfiliação. O resultado da votação seria favorável ao seu desligamento. "Estamos encerrando esse caso hoje, talvez o mais grave da história do nosso partido", disse Rodrigo Maia.

O partido agora quer se organizar para refazer sua imagem e preparar o terreno para as eleições de 2010. O partido não confirmou se lançará candidato ao governo do DF nem se um nome provável seria o de Paulo Octávio.

Sobre a ação policial de ontem na Assembleia Legislativa, que deixou manifestantes feridos, a liderança do partido classificou a ação como "absolutamente reprovável".

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