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Insumos apreendidos com sem-terra são da Cutrale, diz empresa
29/01/2010 - Maurício Simionato - Agência Folha

A Cutrale identificou como sendo da empresa os fertilizantes, defensivos agrícolas, furadeiras e galões de óleo lubrificante apreendidos pela Polícia Civil com pessoas ligadas ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) na ação policial batizada de Operação Laranja, realizada na terça-feira, na região de Iaras (SP).

Ao todo foram expedidos 20 mandados de prisão para suspeitos de envolvimento com a invasão e depredação da fazenda da Cutrale, ocorrida entre setembro e outubro do ano passado. Foram presos nove sem-terra, sendo dois em flagrantes por porte ilegal de armas.

Segundo o delegado de Agudos (SP), responsável pelo inquérito, Jader Biazon, o material apreendido na última terça-feira em assentamentos e na casa de alguns dos presos foi identificado por meio de números de lote por um representante da Cutrale, que esteve na delegacia anteontem à noite.


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"Essa confirmação feita pela empresa de que o material apreendido foi subtraído durante a invasão só reafirma aquilo que já vinha sendo apurado no inquérito", afirmou o delegado Biazon.

Os dois presos em flagrante pagaram fiança e deixaram a cadeia. Já os sete presos por suspeita de participação na invasão continuam detidos em cadeias da região. Outros 13 sem-terra com ordem de prisão são considerados foragidos.

O prazo de cinco dias das prisões temporárias vence amanhã e o delegado pedirá à Justiça mais cinco dias de detenção --prazo dentro do qual ele pretende prender os foragidos, periciar o material apreendido e concluir o inquérito.

Biazon disse que usará um vídeo apreendido com os sem-terra durante a operação para reconhecer outras pessoas envolvidas na invasão da Cutrale.

O vídeo, segundo a polícia, prova que a depredação e os danos encontrados na fazenda após a reintegração de posse foram premeditados.

Biazon disse que agora vai focar as investigações na identificação de quem deu suporte à invasão, com fornecimento de transporte e alimentação às cerca de 250 famílias que invadiram a fazenda.

Testemunhas ouvidas no inquérito também relataram, segundo a polícia, terem sofrido ameaças para não dar informações e descreveram como funciona a organização interna do movimento.

Um dos coordenadores nacionais do MST, Gilmar Mauro, disse não acreditar que o material apreendido tenha sido furtado pelos sem-terra. "Precisa ver se isso é verdade ou não", afirmou. O MST sempre negou que seus integrantes tenham depredado a fazenda.

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