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Com Belo Monte, olarias rumam para extinção em Altamira
23/04/2010 - Agnaldo Brito - Folha de S.Paulo

Antônio Virgulino, 43 anos, anda aborrecido. Promete vigília em Brasília em nome do projeto de lei adormecido no Congresso Nacional no qual a profissão de oleiro será reconhecida. Justo agora, que esse trabalho, em Altamira, pode acabar.

Virgulino é vice-presidente do Sindicato dos Oleiros de Altamira. É membro da terceira geração de produtores de tijolos de barro, produto básico das construções de alvenaria da região.

Agora, no inverno há escassez do produto. O "baxão", várzea alagada próximo ao rio Xingu, está inundada. Produção em escala só no verão, nome dado aqui ao período seco. A estação de chuva é chamada de inverno. São as únicas estações do ano existente na região Norte.


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A construção da usina Belo Monte decretará o inverno de vez. A construção da barragem irá alagar definitivamente o "baxão", de modo que não será mais possível produzir os tijolos. A questão é saber o que poderá acontecer com essa gente?

No estudo de impacto ambiental, a previsão é que a atividade oleira será transferida para outro local e os proprietários das áreas indenizados. Qual local? Ninguém sabe. Para os oleiros, não existe outra área.

A argila renovada pelo rio Xingu durante o inverno para ser explorada no verão só é encontrada nesses alagados. "Dizem que vão transferir a gente para outro lugar, mas não existe outro lugar onde encontrar esse tipo de barro. O caso vai ser mudar de ramo, para qual? Eu ainda não sei", diz Ruivan Ribeiro dos Santos, 39 anos, desde menino no "baxão".

O colega, Antônio Carlos Santos, 34 anos -- há duas décadas e meia na produção de tijolos --, também desconhece o rumo da atividade da qual sustenta a esposa. Ele explica que nessa região do Pará as opções de emprego são escassas.

A operação Arco de Fogo, da Polícia Federal e do Ibama, reduziu o desmatamento e praticamente interrompeu a atividade madeireira. Mas a repressão ao corte da floresta também atrapalha a atividade dos oleiros. Quando prontos, os tijolos precisam ser queimados e o combustível é a madeira, o que jogou essa gente para a ilegalidade.

A redução drástica da produção das serrarias provocou escassez de madeira, hoje retirada de forma ilegal na mata da região.

São atividades que foram incentivadas no passado e que agora entraram no rol da exploração ilegal. O problema é que o combate ao desmatamento produziu efeitos colaterais numa economia erguida num modelo baseado na devastação florestal, e nada existe agora para por no lugar.

A regulamentação da atividade de oleiro pode ser um alento, isso porque o projeto prevê um mecanismo semelhante ao que vigora hoje para os pescadores. Estes têm uma complementação de renda nos períodos em que estão vetados de trabalhar.

O problema é que o reconhecimento dessa atividade tão antiga pode vir quando estiver extinta em razão de Belo Monte.

  

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