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Empréstimos para obras da Copa comprometem endividamento de MT, diz relator
11/05/2010 - Rodrigo Vargas - Agência Folha

O governo de Mato Grosso encaminhou à Assembleia Legislativa três pedidos de autorização para contrair empréstimos bancários que somam R$ 1,1 bilhão.Os recursos serão utilizados para custear as obras previstas na preparação de Cuiabá como sede da Copa de 2014.

Se confirmada a operação, será a maior dívida já contraída pelo Estado em sua história, segundo o relator do pedido, Maksuês Leite (PP). Em entrevista à Folha, o deputado estadual se disse em uma "sinuca de bico".

"Se dou parecer contrário, perdemos a Copa. Se me coloco a favor, posso estar ajudando a comprometer por muito tempo as contas públicas e a capacidade de endividamento do Estado", disse o deputado.


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Segundo ele, os pedidos de autorização são "vagos e imprecisos" em relação ao impacto que os empréstimos vão causar às finanças do Estado."Não sabemos quais são os bancos, qual é a taxa de juros e muito menos o número de parcelas. O legado físico é importante, mas não podemos deixar um legado de dívidas para os nossos filhos", avaliou o relator, que tem até quarta-feira para dar seu veredicto.

O maior valor de empréstimo, de R$ 458 milhões, diz respeito a obras de mobilidade urbana já aprovadas pelo Ministério das Cidades --entre elas, viadutos e corredores exclusivos para ônibus.

Outro financiamento, de R$ 406 milhões, irá custear as obras do novo estádio do Verdão, que terá capacidade para 42 mil torcedores.

Também foi pedida autorização para um empréstimo de R$ 250 milhões para investimentos por meio do Prodetur (Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo, do Ministério do Turismo).

Adilton Sachetti, presidente da Agecopa (Agência Estadual de Execução dos Projetos da Copa do Mundo), disse à Folha que os investimentos no estádio e na mobilidade urbana são "prioritários" e constam de acordo firmado "entre o governador e o presidente Lula".

"O Prodetur é um projeto que o governo já vinha trabalhando antes mesmo da candidatura à Copa. O que se fez foi anexar, em um pacote só, as melhorias necessárias para atender ao evento", disse.

Segundo ele, a endividamento é "planejado" e "não irá tomar a capacidade financeira do Estado". "A maioria dos investimentos de mobilidade urbana estava desenhada antes mesmo da ideia de [ser] sede."

O secretário Eder Moraes (Casa Civil) disse que a capacidade de endividamento de Mato Grosso é atualmente de R$ 1,3 bilhão -- segundo ele, porém, o limite irá quadruplicar entre 2013 e 2014, quando o Estado prevê concluir o pagamento do residual de sua dívida pública.

"Para as obras da Copa, vamos tomar linhas de crédito especiais, com 20 anos de prazo e dois anos de carência, em média. O Estado tem totais condições de absorver este compromisso", declarou.

Segundo ele, os empréstimos serão obtidos prioritariamente junto ao BNDES, mas também há possibilidade de acordos com a Caixa Econômica e o Banco do Brasil. "Assim que tivermos a autorização da Assembléia, vamos estudar a melhor alternativa."

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