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Um ano após o golpe, caos ainda prevalece em Honduras
28/06/2010 - Michael Castritius - Deutsche Welle

Um ano depois do golpe de Estado, Honduras ainda se encontra mergulhada no caos. Foi na manhã de 28 de junho de 2009 que militares armados tiraram o então presidente Manuel Zelaya da cama e o deportaram ainda de pijama para a Costa Rica.

A pequena e abastada elite de Honduras, em colaboração com políticos de direita, com a Justiça por eles dominada e com o Exército, conduziu o golpe, o primeiro do século na América Latina. Apesar da pressão internacional, inclusive dos Estados Unidos e da União Europeia, Zelaya não conseguiu reassumir o cargo. Até hoje, Honduras se encontra isolada, e segue violando os direitos humanos.

"A economia sofreu um colapso, o conflito social continua. Desde o fim da ditadura em 1980, nenhum governo combateu os graves problemas do país. Em consequência, 1,5 milhão de hondurenhos vivem no exterior, num exílio econômico. E a amarga ironia é o fato de as transferências de dinheiro que esses pobres fazem de fora equivalem a 25% do PIB", revela o analista Yllescas Oliva.


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Honduras permanece em estado de choque. O regime golpista logrou se manter no poder até a eleição de novembro último. Embora planejada com antecedência, de democrática ela teve pouco: a censura de imprensa, dias de toque de recolher e a violação dos direitos humanos não permitiram a realização de uma campanha eleitoral justa. O presidente eleito, o empresário Porfirio Lobo, foi reconhecido apenas por poucos países.

Desde o começo do ano, o Comitê de Familiares de Detidos e Desaparecidos em Honduras (Cofadeh) registrou 314 casos graves de violação dos direitos humanos: tortura, prisões ilegais e buscas domiciliárias, assassinatos. Oito jornalistas foram mortos e nenhum dos casos foi esclarecido. A diretora da organização, Bertha Oliva, ela própria vítima de ameaças de morte, não vê mudanças desde que o novo presidente assumiu.

"A única diferença é que os políticos e os golpistas são ainda mais cínicos que antes. Hoje está ainda mais perigoso do que nos primeiros dias após o golpe. Porque as violações dos direitos humanos são sistemáticas e escolhidas. Se antes militares usavam da violência em praça pública e havia ruas bloqueadas em todo lugar e toque de recolher, agora as ações militares são camufladas como meras ações de combate ao crime. Eles querem nos convencer de que essas medidas de repressão são contra a criminalidade", explica Oliva.

De fato, crimes violentos, corrupção e gangues de jovem dominam a sociedade hondurenha – o que dificulta sua distinção de assassinatos por motivos políticos. Praticamente não há esclarecimento por parte da Justiça, e os criminosos seguem impunes.

O movimento de resistência se reúne nas instalações de um sindicato. Sua principal reivindicação é a formação de uma Assembleia Constituinte, a fim de que toda a sociedade possa ter participação política, não apenas as dez famílias mais ricas do país. Rafael Alegria é, desde o começo, um dos líderes do movimento que não conseguiu fazer com que Zelaya retornasse ao poder.

"Optamos por uma luta social pacífica. Conseguimos fazer com que a oligarquia golpista se envolvesse em contradições internas com o presidente Lobo, enquanto o povo hondurenho permanece unido", avalia Alegria.

Miriam Miranda, que representa a população negra, também está otimista. "Não estamos frustrados, pois ficou claro quem detém aqui a força econômica. Em todo o país, desenvolveu-se uma oposição ativa e constante. A mentalidade mudou, também entre as pessoas mais simples. Através do golpe, pudemos identificar com clareza os grupos que atravancam o país e contra os quais precisamos lutar."

Trata-se de criar coragem, um ano após o golpe. Isso, no entanto, não afasta a impressão de que os golpistas atingiram seu objetivo. Eles conseguiram despachar Manuel Zelaya – o presidente da esquerda – e têm agora o poder nas mãos. Pelo menos, por enquanto.

  

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