A presidente Dilma Rousseff e sua equipe econômica bem que tentaram alavancar a economia brasileira e o emprego em 2012, mas não conseguiram ter sucesso em nenhum dos casos.
Em dezembro, o saldo lÃquido ficou negativo em 496.944, o pior resultado para o mês desde 2008 - a previsão da equipe econômica do Bradesco era de 403.000 demissões.
O economista acredita que houve maior retenção de funcionários por parte das empresas e, com isso, necessidade de menos contratações no ano.
"Os empresários estão esperando que 2013 seja melhor e, portanto precisarão de mão de obra já familiarizada com o trabalho para aumentar a produtividade", disse. Isso significa que, não fosse pela expectativa do empresariado de retomada do crescimento, o resultado poderia ter sido pior.
Discurso furado
O emprego foi usado em muitas ocasiões pelo governo como explicação para decisões arbitrárias - sobretudo as que envolviam o protecionismo.
Tantas mudanças regulatórias e situações instáveis em alguns setores deixaram o empresariado acuado - em vez de despertar seu "espÃrito animal", como diz o jargão econômico.
O Banco Central prevê ainda um declÃnio de 3,5% nos investimentos para o quarto trimestre, segundo o Relatório Trimestral de Inflação, divulgado em dezembro.
Segundo dados do Banco Central divulgados na quarta-feira, o Investimento Estrangeiro Direto (IED) recuou 2% em 2012, na comparação com o ano anterior.
Foi a primeira queda do IED desde 2009, momento em que o fluxo de capital estrangeiro foi fortemente afetado pela crise financeira nos Estados Unidos.
Já o fluxo de dólares recuou 74,3% no ano passado, como resultado das inúmeras tentativas do governo de impedir a entrada do chamado 'capital especulativo' no mercado financeiro nacional.
Números de agosto a outubro – o trimestre "natalino" no qual se observa o maior número de contratações temporárias em fábricas – mostram que foram criados 104 mil postos de trabalho na indústria ante 114 mil no mesmo perÃodo de 2011, enquanto na tabela dos anos anteriores esse saldo superava os 200 mil trabalhadores.
O cenário pode piorar se a retomada do crescimento, de fato, não vier - e o PIB avançar de maneira pÃfia em 2013. O economista Fernando Barbosa, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), vê aumentar o risco de demissões em massa se novamente, pelo terceiro ano consecutivo, o governo prometer um PIB que o paÃs não terá condições de cumprir.
"Se os empresários tiverem sua expectativa com a atividade frustrada ao longo do ano, deverão investir menos e há riscos de demissões significativas", afirma.