Seja aliado ou adversário, no Mato Grosso todos veem no gesto o propósito de assumir em breve o governo do estado na condição de atual presidente da Assembleia. Isso ocorrerá caso o atual governador, Silval Barbosa (PMDB), deixe o posto para disputar uma vaga no Senado, e o vice, Chico Daltro (PSD), garanta vaga no Tribunal de Contas do Estado.
O ex-chefe da PolÃcia Civil Paulo Rubens Vilela foi denunciado na Justiça Federal por quebra de segredo de Justiça e prevaricação ao avocar para si investigação de crime eleitoral em Campo Verde (MT) nas últimas eleições e beneficiar Riva. Vilela viajou em avião do parlamentar só para buscar documentos apreendidos pelo delegado local. Dois anos depois, na primeira eleição municipal do PSD, o deputado ajudaria a eleger 39 prefeitos no estado, o maior Ãndice de Mato Grosso.
A maior parte desses problemas decorre do desvio de R$ 65,2 milhões da Assembleia entre 1999 e 2003, fraude realizada em parceria com João Arcanjo Ribeiro, “O Comendadorâ€, principal lÃder do crime organizado e do jogo do bicho em Mato Grosso, atualmente detido em presÃdio federal.
Sempre que solicitaram à Assembleia informações simples, como cópias de licitações realizadas, os promotores sempre receberam negativas. O mesmo ocorreu com os integrantes da ONG Moral, formada na esteira do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE). Eles buscaram a Justiça para obter dados sobre gasto com combustÃvel.
— Cobramos das instituições que elas funcionem. O movimento de controle social que se inicia tem possibilitado isso. Sem pressão, corre risco de tudo ir para a gaveta — lembra o advogado Bruno Boaventura, atual presidente da ONG, que encaminhou a denúncia ao MP.
Nos últimos anos ele vem atribuindo as denúncias “à disputa polÃticaâ€. Já argumentou que trabalha muito e ganha pouco.
— Àqueles que tentam desconstruir a minha história polÃtica, digo apenas que um dia possam trilhar seus caminhos com suas próprias pernas, e não pisando sobre os que estão ao seu lado — diz.