Após ser bombardeado com denúncias de falta de transparência com as verbas que recebe de empresas estatais via Lei Rounet, o coletivo Fora do Eixo (FdE) decidiu divulgar na internet alguns de seus gastos.
Ao todo, planilhas de quatro projetos foram abertas pelo Fora do Eixo: a de um congresso, a de um festival, a de um “centro multimÃdia†e alguns gastos da chamada Universidade Fora do Eixo.
Via Petrobras, foram mais de 600 000 reais, segundo as planilhas (um dado incompleto, já que a estatal afirma ter direcionado 777 000 reais), via Sabesp e Vale, 300 000 reais ao todo.
Em pelo menos dois desses projetos, a Petrobras foi a única fonte de captação externa.
“A transparência plena só acontecerá se forem disponibilizados os recibos e as notas fiscais, bem como os extratos das contas correntes onde os recursos foram movimentadosâ€, afirmou o secretário-geral da ONG Contas Abertas, Gil Castello Branco.
Em nota, o coletivo afirmou (para quem conseguir entender) que o portal “radicaliza ainda mais no compartilhamento de dados e de construção de processosâ€.
Enquanto o coletivo tenta desviar a atenção das denúncias com planilhas pouco transparentes, o site anônimo Fora do Eixo Leaks reúne mais acusações e experiências de pessoas que se envolveram com o coletivo.
Entre eles está o caso do prêmio AfroReggae – 2012, em que o coletivo concorria na categoria MÃdias Livres.
Entre os três jurados estavam Rodrigo Savazoni, chefe de gabinete da Secretaria de Cultura de São Paulo, e Ivana Bentes, docente na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Assim como diz a denúncia, Savazoni e Ivana são próximos do Fora do Eixo e já participaram de eventos organizados pelo movimento.
Entre as crÃticas à s atuações do grupo está novamente a retenção de cachês para bandas iniciantes, enquanto outros mais “relevantes†são os que ganham o pagamento.
No entanto, recebem como remuneração uma moeda virtual chamada de Cubo Card, que pode ser utilizada em troca de serviços de parceiros do grupo.
Na última semana, o coletivo se tornou alvo de denúncias, como usurpação do trabalho de artistas, retenção de cachês, estelionato, entre outros, que despontaram com o depoimento da cineasta Beatriz Seigner, diretora do filme Bollywood Dream – O Sonho Bollywoodiano, postado em sua página pessoal do Facebook.