Bens da TelexFree não serão suficientes para ressarcir divulgadores 11/01/2014
- Naiara Infante Bertão - Veja.com
Os divulgadores da TelexFree que aguardam o desbloqueio do dinheiro da empresa pela Justiça brasileira poderão ter uma surpresa amarga ao fim da jornada de mais de seis meses de silêncio: o valor encontrado e apreendido pode não ser suficiente para ressarcir todas as pessoas que investiram na empresa.
Investigada por formação de pirâmide financeira, a TelexFree teve 660 milhões de reais em bens e dinheiro retidos, após determinação do Tribunal de Justiça do Acre, em junho do ano passado.
Isso porque, caso o ressarcimento seja igualitário, renderá cerca de 500 reais por pessoa.
“A empresa alega que 200 milhões de reais são suficientes para ressarcir, mas nunca provou issoâ€, disse a promotora em entrevista ao site de VEJA.
Para entrar na TelexFree, cada divulgador pagava uma taxa de adesão de cerca de 100 reais e precisava comprar pacotes de contas de telefonia via internet -- o mais barato estava em torno de 600 reais.
Quanto mais pacotes eram adquiridos, maiores as chances de o divulgador ver seu dinheiro duplicar (ou triplicar) em poucos meses.
Alessandra afirmou ainda que não recebeu qualquer pedido da TelexFree para colocar fim ao caso.
O MP propôs à empresa um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o objetivo de tentar encerrar o caso e usar o valor bloqueado para devolver aos divulgadores.
Contudo, a TelexFree, por meio de seu diretor Carlos Costa, se negou a assinar o documento.
Tal mecanismo, caso fosse aceito, permitiria que a TelexFree retomasse suas atividades, livre de qualquer dÃvida judicial.
"Mas não posso aceitar essa proposta porque eles poderiam simplesmente passar (as dÃvidas) para uma empresa estrangeira e os divulgadores teriam ainda mais dificuldade para serem ressarcidos", afirma.
A empresa alega que comercializa, tanto no Brasil como no exterior, um sistema de telefonia via internet, de tecnologia Voip (Voice Over Internet Protocol).
Ao longo de 2013, o site de VEJA conversou com diversos divulgadores que sequer haviam usado o sistema Voip.
Seu trabalho consistia em investir na empresa e passar o dia postando mensagens em sites da internet e redes sociais chamando novas pessoas para aderir à TelexFree.
"O dinheiro dos novos entrantes era direcionado para pagar o lucro dos que entraram primeiro, daà o nome de pirâmide.
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Comentário de Arquimedes Estrázulas Pires (estrazulas10@gmail.com) Em 11/01/2014, 09h11