Mesmo rachado, o partido que comandou a criação de um grupo de dissidentes deve bater o martelo pelo apoio à reeleição de Dilma.
Com a dobradinha, a petista terá o tempo de propaganda eleitoral ampliado em cerca de seis minutos.
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Mas o benefÃcio não sairá de graça: em troca, os peemedebistas devem aumentar a pressão por -- mais -- cargos influentes no governo.
Nos últimos dias, o vice-presidente da República, Michel Temer, disparou telefonemas para fazer apelos pela manutenção da aliança com Dilma. Nesta segunda-feira, ele compareceu à Câmara dos Deputados para mais uma investida.
“Quem for convencional, evidentemente eu peço voto. Quem não for, faça uma boca de urnaâ€, clamou durante convenção do PMDB Afro.
Os mais próximos a Temer, entre eles o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e o presidente em exercÃcio do partido, senador Valdir Raupp (PMDB-RO), projetam que a coligação com a petista receberá o aval de 70% a 80% dos delegados.
No entanto, cálculos feitos pela ala rebelde da sigla estimam que a briga deve ser acirrada: há a expectativa de 340, em um universo de 742, votos de dissidentes.
Nos bastidores, nem mesmo a promessa de mais espaço no alto escalão tem convencido os parlamentares descontentes:
“Por que agora as coisas seriam diferentes? A Dilma precisa da gente agora, mas mesmo assim não cumpre o que promete. Depois ela não vai poder se reeleger e nada vai mudarâ€, diz um deputado peemedebista.
A crise chegou ao auge neste ano. Com o lÃder na Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ), à frente, o partido articulou a união de parlamentares descontentes para pressionar o Planalto sob a ameaça de derrotar projetos prioritários.
Mais: Cunha protagonizou um embate virtual com o presidente nacional do PT, Rui Falcão, por meio do Twitter. O parlamentar carioca defendeu que a aliança com o partido deveria ser repensada, e foi chamado de “chantagista†pelo dirigente petista.
Entre eles está o Rio de Janeiro, que teve o apoio informal dos peemedebistas declarado na semana passada. O voto no Estado representa 10% do total na convenção de hoje.
Mesmo gripada, a presidente decidiu fazer um afago nos peemedebistas e confirmou presença na convenção.
No entanto, para fugir de possÃveis constrangimentos de estar diante de discursos inflamados contra a aliança, Dilma só deve chegar no final do evento, quando o resultado já tiver sido anunciado.