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Planalto já se articula para descolar sua imagem do fracasso da Seleção
10/07/2014 - Eric Balbinus

Passado o vexame histórico da Seleção Brasileira no dia de ontem, o governo já se articula para tentar descolar a imagem de Dilma Rousseff da Copa do Mundo.

Para os cretinos da esquerda e para os céticos da Direita que em todo momento negavam que houvesse qualquer tipo de uso politico da Copa e da Seleção brasileira por parte do Partido dos Trabalhadores, a evidencia contundente soará como um soco no estômago.

Eu já havia sinalizado a estratégia do governo de se aproveitar do sucesso da Seleção Brasileira, bem como a tendência de que os gastos envolvendo a organização da Copa fossem absolvidos caso o Brasil fosse campeão.


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Foram 10 bilhões de dólares em infraestrutura e 14 bilhões de prejuízos em razão de feriados. O Lucro de hotéis e restaurantes foi de apenas 7 bilhões.

Mesmo assim se ouvia o famoso e infame bordão dilmista: “Copa das Copas�, inclusive entre conservadores e liberais.

Eu tinha razão quando disse em meu texto, que se o Futebol não é exatamente o ópio do povo, funciona muito bem como anestesia.

Notem que pouco antes do massacre alemão em Belo Horizonte, as pesquisas apontaram um crescimento da presidente Dilma Rousseff nas intenções de voto.

Subiu de 34% para 38%. Na pesquisa espontânea, o crescimento foi de 19% para 25%. E os brasileiros que se mostravam favoráveis à realização da Copa no Brasil eram 51% antes do evento e 63% por ocasião da pesquisa do Datafolha.

Negar qualquer tipo de interesse por parte do PT na Copa é como negar a existência do oxigênio.

Qualquer olhada na blogosfera petista mostrava o apoio da militância a Copa do Mundo e a Seleção. E todos os jornalistas seguiam o discurso de Dilma contra os críticos do evento, os pessimistas, os urubus, a tribo do contra.

Mesmo os esquerdistas que ousavam questionar a qualidade técnica dos comandados de Felipão eram logo tachados de tucanos.

Um famoso radialista de uma rádio de rock de São Paulo, petista confesso e dilmista de carteirinha, declarou para quem quisesse ouvir que a Copa calaria os críticos e a oposição, e que seria a mostra do sucesso do Brasil como país nos últimos anos.

Se é bom para o PT, é ruim para o Brasil.

Foram justamente esses agentes da Esquerda que disseram que essa seria a Copa dos Pobres, ou a Copa do terceiro Mundo; por conta das fracas participações de seleções de países como Inglaterra, Espanha e Itália.

Criou-se uma mística em torno dos latino-americanos como a muito não se via.

Episódios como a expulsão de Suarez e a fraca atuação da Seleção brasileira foram interpretados pela ótica da luta de classes.

O colunista da Carta Capital Matheus Pichonelli disse que quem não gosta do Neymar são os mesmos burgueses que nutrem preconceito de classe contra os rolezeiros.

O presidente uruguaio José Mujica disse que Suaréz foi punido por que as elites não suportam o fato dele não ter frequentado uma universidade (ele e a maioria dos futebolistas), Nicolas Maduro da Venezuela afirmou que a punição veio por que o uruguaio mordedor derrubou potências europeias e a Carta Maior disse que a Seleção lutava contra a direita conservadora.

Nem o grande Nelson Rodrigues foi poupado pela quadrilha, que o transformou em ícone das esquerdas.

Fã de futebol que era, teve suas tiradas apropriadas pela patota e manipuladas da maneira mais vil.

O homem que se orgulhava de seu conservadorismo a ponto de assumir a alcunha de reacionário deve ter se revirado no tumulo.

Aliás, a “esquerdização do Nelson� seria o assunto do texto de hoje...

A Folha de São Paulo, que segundo as esquerdas faz parte do famigerado PIG, foi uma das primeiras a sair em defesa do governo ao veicular uma matéria dizendo que os gastos com a Copa correspondiam apenas ao investimento de um mês em Educação.

Como se isso justificasse qualquer gasto do governo com espetáculo.

Só não conseguiu ou não pode demonstrar quais benefícios o evento traria para o país, além de gastos em segurança e prejuízos para a Economia.

Ainda por ocasião da pesquisa sobre as intenções de voto feita pelo Datafolha, se destaca a matéria da Carta Capital.

Notem que embora neguem com veemência que a Copa tenha qualquer caráter eleitoreiro, não se furtaram a associar uma coisa à outra. Para eles também, a Copa é fruto do trabalho do PT.

Agora que o tiro saiu pela culatra, o que restará a corja?

Depois da Seleção brasileira sofrer a maior goleada da Copa de 2014, sua pior derrota em cem anos, e de quebra entrar para história protagonizando a pior derrota de um time anfitrião em toda a história dos mundiais; o Planalto tenta se dissociar da Seleção.

Logo depois de Dilma discursar contra os pessimistas e usar as redes sociais para se aproveitar da lesão de Neymar e se mostrando simpática sobretudo para os mais jovens.

Até o gesto de T com os braços popularizado pelo ex-jogador do Santos FC ela repetiu.

É o que dizem: os ratos são os primeiros a abandonar o navio.

Essa copa que deveria servir como uma apoteose da era Lula deixará uma lembrança amarga para os brasileiros.

Por mais que a Seleção não tenha nada a ver com o PT, a maioria dos brasileiros que não possuem instrução ou senso crítico lamentarão os gastos com um espetáculo para sofrer tamanha humilhação.

A justificativa de Lula e Ricardo Teixeira para trazer o maior evento do futebol para o país e a tentativa de ressuscitar a copa de 1950 e mudar a história culminaram em um pesadelo que não foi sonhado sequer pelo mais pessimista.

A Seleção chorosa e dependente do Neymar convocada pelo teimoso técnico Luís Felipe Scolari deixa ainda uma valiosa lição aos brasileiros: improviso, patriotismo de ocasião e malandragem não ganham jogo.

Ganha a técnica, a organização e o trabalho.

Felipão, o autor intelectual do segundo rebaixamento do Palmeiras teve o fracasso recompensado pela CBF com o cargo de técnico da Seleção.

O Fred também não merecia estar lá, já que foi um dos responsáveis pelo rebaixamento do Fluminense.

Viva a meritocracia.

E o que falar da Rede Globo?

Colocaram a petralha Patrícia Poeta como par de Galvão Bueno, o pentelho-mor da Nação.

Durante todo o tempo, a emissora se articulou para blindar o governo, escondendo os desvios e as mazelas da Copa.

Quando Dilma foi vaiada, abaixaram o áudio das arquibancadas.

E em todo momento enganaram a população sobre a capacidade futebolística do time, já que ser contra a Seleção significa antes de tudo ser inimigo do Brasil.

De quebra conseguiu ainda atrapalhar os poucos treinos do time com suas inúmeras gravações e entrevistas com os jogadores.

Digno de nota foi exemplo dado por jogadores e torcedores alemães.

Não houve a famosa tiração de sarro características dos tupiniquins.

Nos respeitaram mesmo tendo sepultado o time dentro de campo.

Não deram chapéu, embaixadinha, não brincaram com a bola.

Isso é coisa de várzea e reflete bem o caráter de alguns cidadãos que a exemplo de outros latino-americanos, valorizam a catimba em detrimento do trabalho e da técnica.

De certo que a presidente Dilma tinha informações antecipadas da derrota do Brasil.

Foi por essa certeza e não por coragem, que ela aceitou entregar a taça para o campeão no domingo: ela não espera encontrar muitos brasileiros por lá.

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