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Número de formandos no ensino superior cai pela 1ª vez em 10 anos
10/09/2014 - O Estado de S. Paulo

O ritmo da expansão do ensino superior brasileiro está reduzindo. Depois de alcançar um pico de crescimento de 10% a mais de vagas criadas entre 2007 e 2008, esse índice vem caindo consistentemente desde então, alcançando uma avanço de apenas 3,7% entre 2012 e 2013.

No mesmo período, o número de estudantes que iniciaram um curso em instituições públicas de ensino caiu quase 3%, e subiu apenas 0,5% no ensino privado.

Na mesma linha, o número de concluintes do ensino superior caiu pela primeira vez nos últimos 10 anos, uma redução de 5,6%.


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Os dados, parte do Censo do Ensino Superior, são vistos pelo Ministério da Educação como uma acomodação de um sistema que teve um crescimento muito forte e, naturalmente, começaria a reduzir o ritmo.

No entanto, o Brasil ainda precisaria crescer mais para conseguir alcançar as metas de inclusão determinadas pelo Plano Nacional de Educação.

O PNE determina que, em 10 anos, a taxa de pessoas no ensino superior seja o equivalente a 50% dos jovens de 18 a 24 anos -- a chamada taxa bruta de matrícula. Hoje, esse porcentual é ainda de 28,7%.

Apesar do crescimento significativo de 12 pontos percentuais desde 2003, o ritmo de inclusão deveria ser acelerado para cobrir um aumento de mais de 20 pontos nos até 2023.

"Temos que se considerar que, quando se chega a um determinado patamar, o ritmo tende a diminuir. Vínhamos de um volume relativamente baixo de matrículas, 3,5 milhões em 2003, e passamos para 7,3 milhões em 2013", afirmou o ministro da Educação, Henrique Paim.

"Estamos fazendo esforço significativo. As políticas adotadas, seja o ProUni (Programa Universidade para Todos), seja o FiEs (Financiamento Estudantil) vão ter um impacto importante".

Hoje, os dois programas já financiam 40% das matrículas em instituições privadas de ensino.

A queda no número de ingressantes -- estudantes que estão começando um curso superior naquele ano -- aconteceu basicamente nas instituições públicas, e concentra-se, principalmente, na modalidade a distância.

De acordo com o ministro da Educação, em muitos casos esse tipo de curso, depois de formar uma turma, não renova o grupo, o que explicaria a baixa.

Da mesma forma, essa seria a explicação para parte da redução no número de formandos registrada entre 2012 e 2013, concentrada nos cursos a distância e nas instituições privadas.

"Foram turmas específicas, criadas para uma determinada formação. Quando o curso acabou elas não foram renovadas", disse.

Já no caso da queda nas privadas, Paim afirma que serão necessários mais estudos para descobrir as causas.

De acordo com dados do Censo, 991.010 pessoas se graduaram no ano passado, 59,4 mil a menos do que em 2012. A proporção de concluintes também caiu.

Em 2013, os formandos representaram 36% do número de estudantes que entraram no ensino superior no mesmo ano. Em 2010, esse índice era de 45%.

Segundo o presidente do Instituto Nacional de Estatísticas e Pesquisas Educacionais (Inep), Francisco Soares, essa queda na proporção se explica pelo aumento considerável no número de vagas novas abertas no ensino superior.

Como um estudante leva de 4 a 5 anos, no mínimo, para terminar a graduação, é natural que, hoje, tenha mas alunos entrando do que saindo, explicou ele.

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