Correios entregam panfletos de Dilma em SP sem registro de controle 19/09/2014
- Andreza Matais e Fábio Fabrini - O Estado de S. Paulo
Estatal comandada por petistas abre "exceção" e deixa de exigir chancela para auditar quantidade de material distribuÃdo.
Os Correios abriram uma exceção para o PT e distribuÃram em São Paulo panfletos da presidente Dilma Rousseff sem chancela ou comprovante de que houve postagem oficial.
A estampa, prevista em norma da própria estatal, serve para demonstrar que houve pagamento para o envio, de forma regular, da propaganda eleitoral.
O número declarado de panfletos distribuÃdos sem chancela dos Correios foi de 4,8 milhões.
A exceção para os petistas foi aberta a partir de um comunicado interno dos Correios em São Paulo, no qual a empresa autoriza, em caráter “excepcionalâ€, a postagem dos folders na modalidade de mala postal domiciliária (MPD).
A Diretoria Regional Metropolitana, responsável pelo aval, atribui a medida a um problema na impressão dos quase 5 milhões de peças.
“Está autorizada, em caráter excepcional, na AGF (agência franqueada) Santa Cruz, a postagem de 4.812.787 folders da candidata à s eleições 2014 Dilma Vana Rousseffâ€, diz o documento “Correios Informa†do dia 3 de setembro.
“Devido a erro de produção gráfica, não foi confeccionada a respectiva chancelaâ€, acrescenta o comunicado.
Documento dos próprios Correios determina, como “requisito mÃnimoâ€, que cada santinho enviado pela mala direta domiciliária deve ter a chancela, com a descrição do nome e do CNPJ do candidato.
Carteiros informaram que, ao questionarem seus chefes sobre os panfletos de Dilma, enviados em caixas aos setores dos Correios, foram orientados pelos gestores dos centros de distribuição a entregá-los como estavam.
“Ao contrário do que acontece com outros candidatos nas campanhas eleitorais, esse material da candidata Dilma está sendo distribuÃdo aos carteiros sem qualquer chancela ou anotação que demonstre o pagamento por sua postagem, levando-nos a crer numa irregularidade eleitoralâ€, reclamaram os carteiros por escrito, ameaçando enviar representação ao Tribunal Superior Eleitoral.
A estatal disse que o pagamento foi à vista, com a emissão de recibos, e que a autorização “excepcional†está prevista em suas normas.
Controle
Os Correios são controlados pelo PT desde dezembro de 2010, com a nomeação por Dilma do sindicalista Wagner Pinheiro para a presidência da empresa.
O partido assumiu o controle da empresa após a crise postal daquele ano, tirando a cadeira do PMDB. Com Pinheiro no comando, a empresa virou feudo do PT.