A proposta de mudança na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) apresentada pelo governo nesta terça-feira foi encarada com frustração por economistas e analistas de mercado.
Caso seja aprovada no Congresso, a medida retira o limite para que sejam abatidos da meta fiscal os gastos com o PAC e as desonerações.
Com o limite para abatimentos, o governo se via forçado a fazer esforço fiscal. Sem ele, terá mais espaço para gastar.
Tudo indica que o governo conseguirá aprovar as mudanças, tendo em vista que a base aliada já foi convocada pelo presidente em exercÃcio, Michel Temer, para votar a favor.
Segundo especialistas ouvidos pelo site de VEJA, a medida joga um “balde de água fria†nos que tinham qualquer expectativa que o ano de 2015 pudesse trazer maior credibilidade fiscal.
“O que o governo fez foi o seguinte: pegou o termômetro, mediu a febre e, em vez de enfrentar a doença, jogou o termômetro no lixoâ€, diz.
Desde o inÃcio do governo Dilma, o economista bate na mesma tecla: seria melhor assumir uma meta fiscal mais baixa, mas crÃvel, do que enganar o mercado com metas impossÃveis para um governo que se mostra incapaz de fazer ajuste fiscal.
“É fundamental uma boa sinalização, porque interessa a muitos as expectativas das trajetórias. É preciso sinalizar metas crÃveis para que as expectativas se cumpramâ€, afirma Lauro Gonzalez, professor de Finanças da FGV.
“Toda mudança brusca, ainda mais se tratando de meta e projeções, tem de estar atrelada à credibilidade daquele governo. Quando a projeção não se mostra verdadeira, a credibilidade fica reduzidaâ€, afirma o advogado Fernando Vianna, do escritório Siqueira Castro.