É o que narra Ekaterina Vasileva, de 35 anos, a "russa" a que Dealberto se refere no áudio no qual pede socorro a amigos por meio do Whatsapp, revelado pelo site de VEJA.
Em mensagens trocadas com a reportagem, Ekaterina, que se apresenta como Katerina em seu perfil no Facebook, deu detalhes das horas que passou ao lado do brasileiro.
A russa disse havê-lo conhecido por meio de um amigo brasileiro em comum, que trabalha como DJ em grandes clubes noturnos.
Ela afirmou não entender porque o catarinense disse estar se sentindo ameaçado por ela e relata ter prestado dois depoimentos à polÃcia local sobre a morte do brasileiro.
Ela diz que conheceu o brasileiro e o irmão dele, Fernando, na sexta-feira, dia 9. O trio teria passado toda a tarde e a noite consumindo ecstasy e álcool numa festa de música eletrônica.
A russa nega ter feito sexo com algum dos dois brasileiros e diz ainda que os irmãos estavam acompanhados dos amigos Rômulo Savignon e Marilia Pompeu Caputo.
"SaÃmos a sexta-feira toda. Eu fui com Fernando a uma discoteca e Dealberto foi com Rômulo a outro lugar. Depois, fomos todos ao hotel onde estavam hospedados", diz.
A polÃcia ainda ouve testemunhas e aguarda o resultado do exame toxicológico de Júnior para verificar se ele estava sob efeito de drogas.
Ekaterina, que afirma trabalhar como hostess na casa noturna Cipriani, em Ibiza, na Espanha, diz acreditar que a sensação de perigo sentida por Dealberto -- conforme o áudio enviado por amigos -- tenha sido provocada por paranoia derivada do consumo de drogas.
"Não sei quanto ecstasy eles tomaram. Comigo tomaram metade cada um e, depois de uma hora, outra metade. Eles tomaram vodka e eu, rum. O comprimido era de cor azul escura, diferente do ecstasy vendido na Europa", conta.
"Ela não atendia o telefone e eu fiquei preocupada porque na última vez que nos vimos ela estava com um cara estranho, que conheceu em uma pizzaria."
A hostess alega ter sofrido uma "bad trip" por causa da droga.
Segundo o advogado Juliano Girolla, familiares conseguiram falar com o empresário após o envio da mensagem de áudio em que ele se sentia ameaçado e constataram que ele não estava em perigo.
A famÃlia, por ora, prioriza esforços para trazer Fernando e o corpo de Dealberto de volta ao Brasil.
"Fernando está muito abalado. Ele era muito próximo ao irmão, trabalhavam juntos na mesma empresa", diz Girolla.
A russa conta que deixou os irmãos na rua, em frente ao hotel de outro amigo, próximo à praia de CanÃbal, e foi para a delegacia registrar o desaparecimento de MarÃlia.
Ekaterina só voltou a ver o grupo na tarde de sábado.