Há três semanas, o governo anunciou um pacote de 21 medidas que incluem aumento de ICMS sobre a gasolina, revisão da tabela do IPTU e o fim da isenção de IPVA para carros zero.
O governo promete extinguir 60% dos cargos comissionados, os secretários andarão em carros populares e nenhuma obra de peso será iniciada num horizonte próximo.
As engrenagens do governo pararam quase simultaneamente.
O caso mais dramático foi o da saúde. A rede pública chegou a ter 215 itens itens em falta, como medicamentos essenciais, gaze e luvas esterilizadas.
As empresas de ônibus circulavam de forma precária, com interrupções frequentes nos serviços.
O mato se alastrou pela cidade, a coleta de lixo chegou a ser suspensa, viaturas ficaram paradas.
Tudo isso porque acabou o dinheiro do governo.
Durante a transição, a equipe de Rollemberg constatou que Agnelo elevou salários, distribuiu cargos comissionados e inflou contratos de forma inconsequente, em um último esforço para ganhar popularidade.
O novo governador recebeu o governo com 64.000 reais em caixa para gastar.
Não há solução no curto prazo. A nova gestão considera que, se ao fim de 2018 as contas mensais deixarem o vermelho, terá sido uma grande vitória.
Mal começaram a fazer o diagnóstico, os promotores encontraram um cenário perturbador, com pagamentos superfaturados, convênios nebulosos e a existência -- acredite -- de "contratos verbais.
Sim, meio à penúria, Agnelo fechou um contrato de quase 300 milhões de reais para restaurar o espaço, como parte de um acordo para receber uma prova da Fórmula Indy em março deste ano.
Sem caixa para pagar a dÃvida de mais de 3 bilhões de reais deixada pelo antecessor, a nova gestão tenta negociar com as empresas que mantêm contrato com o governo.
A situação dos serviços públicos deve continuar crÃtica pelos próximos meses.