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DE ÚLTIMA!

Cem dias sem rumo
10/04/2015 - Gabriel Castro - Veja.com

Em 1º de janeiro deste ano, ao tomar posse diante do Congresso Nacional, a presidente Dilma Rousseff prometeu:

"Dedicarei obstinadamente todos os meus esforços para levar o Brasil a iniciar um novo ciclo histórico de mudanças, de oportunidades e de prosperidade, alicerçado no fortalecimento de uma política econômica estável, sólida, intolerante com a inflação, e que nos leve a retomar uma fase de crescimento robusto e sustentável, com mais qualidade nos serviços públicos".

Passados exatos cem dias deste então, fica cada vez mais claro que Dilma não tinha razões para tanto otimismo.


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Quando a apertada vitória da petista se confirmou em outubro passado, reportagem do site de VEJA apontava a tempestade perfeita que cercava o segundo mandato da presidente.

Já estavam dados os ingredientes da crise: o escândalo do petrolão atingia em cheio o governo e o PT, a economia encolhia enquanto a inflação aumentava.

De janeiro até aqui, a fracassada articulação política de Dilma somou a este grave cenário uma rebelião da base aliada no Congresso -- e azedou ainda mais a relação da presidente com o próprio partido e seu antecessor e criador, o ex-presidente Lula.

Hoje o país acumula inflação de 8,13% em 12 meses (a maior desde dezembro de 2003) e previsão de retração econômica de 1% em 2015, segundo estimativas do mercado.

Em cem dias -- e por sua própria responsabilidade -- o governo Dilma foi arrastado para uma perigosa espiral: a crise econômica e os escândalos de corrupção erodem a popularidade da presidente (62% dos brasileiros reprovam seu governo, segundo pesquisa Datafolha), cada vez mais refém de uma base fragmentada no Congresso -- o que dificulta a aprovação de projetos caros ao Planalto.

Diante desse quadro, o governo fica impedido de apresentar uma resposta que ajude a reerguer a popularidade de Dilma.

Irritado com as tentativas do Planalto de reduzir a participação do partido no governo, o PMDB age hoje quase como uma sigla de oposição.

E mais: tornou o Executivo de tal forma dependente do Congresso que o presidencialismo brasileiro já se assemelha a uma forma bastarda de parlamentarismo.

Nem dentro do próprio partido Dilma encontra refresco: contrário às medidas de ajuste fiscal adotadas pelo governo, o PT tem dado tanto trabalho ao Planalto no Congresso quanto os opositores.

Tendo seu grupo inicialmente alijado do núcleo duro do governo, Lula não poupa a pupila de críticas públicas.

O ex-presidente teme que um eventual fracasso da gestão Dilma interfira em seus planos de retornar ao poder em 2018.

É fato que o primeiro mandato de Dilma também incluiu momentos de turbulência.

Em 2013, por exemplo, os protestos encurralaram o governo e derrubaram a popularidade da presidente.

Naquela ocasião, entretanto, os atos não possuíam uma pauta única e o governo conseguiu se apropriar parcialmente das bandeiras apresentadas.

Já os manifestantes que tomaram as ruas em 15 de março deste ano e se preparam para fazê-lo novamente no próximo domingo têm como foco a oposição ao governo e ao Partido dos Trabalhadores.

É um dos muitos sinais de que as coisas mudaram.

As trapalhadas na articulação política e a postura inflexível da presidente ajudaram a desgastar no Congresso uma base que já havia saído das urnas enfraquecida na comparação com 2010.

É assim, sem apoio expressivo nem nas ruas nem no Congresso, que a impopular e nada carismática Dilma Rousseff chega ao centésimo dia de governo.

Até aqui, os poucos acertos do governo na reação do governo à crise surgiram apenas quando Dilma e o PT abriram mão de parte do seu poder.

Dilma terceirizou a gestão da economia a Joaquim Levy, cujas ideias divergem radicalmente daquelas defendidas pelo PT, e atribuiu ao vice-presidente Michel Temer, do PMDB, a articulação política.

O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) acredita que o pior já passou.

"Dentro desse momento difícil, as coisas estão se arrumando para ela conseguir os resultados no médio prazo. O mês de fevereiro foi muito difícil, o de março também, mas menos. A tendência é melhorar".

Já Onyx Lorenzoni (DEM-RS) faz um diagnóstico implacável:

"O segundo governo Dilma vai ser o governo das crises. Ela vai ficar um fantasma no Planalto até o fim do mandato".

Campanha x realidade

Antes mesmo de a presidente reassumir o cargo, já estavam claras para os brasileiros as mentiras de que o PT fez uso para se manter no poder.

Depois de acusar seus adversários Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) de agir em conluio com os banqueiros, por exemplo, Dilma convidou o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, para assumir o Ministério da Fazenda.

Ouviu "não" como resposta e indicou, então, a Levy, um economista ortodoxo e alinhado ao pensamento do tucano Armínio Fraga.

A crise econômica e orçamentária, motivada em grande parte pelo populismo fiscal do primeiro governo Dilma, agora força o Executivo a abandonar promessas de campanha, como a de que os direitos trabalhistas eram intocáveis e a taxa de juros não seria usada para segurar a inflação.

Paradoxalmente, a solução encontrada pelo governo distanciou a presidente da República das bases mais tradicionais do petismo, como sindicatos e movimentos sociais.

A Central Única dos Trabalhadores, principal braço do PT, tem ido às ruas com bandeiras que, se passam pelo apoio ao governo contra o "golpismo", também incluem críticas diretas ao ajuste fiscal.

Reação

O Executivo ainda tem armas de sobra para articular uma reação.

A principal delas é a chave do cofre da União, que costuma ser usado para cooptar tanto os movimentos sociais quanto partidos políticos.

Mas até esse recurso é limitado.

O corte orçamentário que deve ser anunciado em breve deve atingir ainda mais a já reduzida capacidade de investimento do governo e, assim, dificultar uma reação do Executivo.

A presidente chega aos cem dias de governo sem recursos para investir, com uma base aliada enfraquecida, um escândalo gigantesco de corrupção à porta, a popularidade em níveis abissais e sob a desconfiança do próprio PT.

É possível que o cenário melhore no médio prazo. Mas o mais provável é que, para fazer isso, Dilma tenha de ser cada vez menos dona do próprio governo.


  

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