O contrato restringe relacionamentos amorosos e proÃbe o casamento com brasileiras sem anuência e autorização por escrito de um superior cubano.
De acordo com a Justiça do Paraná, a oficial do Cartório de Registro Civil impugnou o pedido de casamento suscitando o impedimento de Adrian.
O juiz Marco Antônio Azevedo Júnior questionou se era o responsável por julgar o pedido, por causa do vÃnculo do cubano com o programa federal.
No último dia 27 de maio, os ministros da 2ª Seção do Superior Tribunal de Justiça decidiram por unanimidade reconhecer a competência da Vara CÃvel da Justiça de Arapoti para atuar no processo, conforme revelou o Radar On-line.
"Nós achávamos que seria uma via mais rápida. Foi bem angustiante para nós dois, já levou nove meses e ainda estamos esperando uma decisão processo", disse o cubano ao site de VEJA.
"O contrato que eu tenho não fala nada que eu não posso me casar."
De fato, o contrato dos cubanos tem uma restrição implÃcita.
A advogada Maristela Basto, especialista em Direito Internacional, afirma que o casamento não pode ser impedido. Segundo ela, a cláusula "não tem qualquer efeito sobre a validade do casamento civil" e "provavelmente pode ser anulada porque viola direitos fundamentais das pessoas".
Maristela ainda diz que Adrian poderá regularizar sua situação no paÃs após casado com LetÃcia.
Da bolsa 10.000 reais, recebe 2.976 reais o restante fica com a Opas (uma comissão) e com o governo Raúl Castro.
Especialista em medicina da famÃlia, estudou na escola universitária do Hospital Salvador Allende e participa de sua primeira missão no exterior.
O cubano trabalha por 40 horas semanais no posto de saúde Vila Romana, uma unidade para atendimento básico ambulatorial.
Morava em uma quitinete antes de se mudar para a casa de LetÃcia.
Antes de chegar à pequena cidade, passou cerca de quinze dias em Curitiba e um mês em BrasÃlia.
LetÃcia e Adrian temem exposição pública e retaliações dos chefes da delegação cubana no Brasil -- são 28 supervisores de confiança dos irmãos Castro espalhados pelo paÃs.
O casal alega não ter informações claras sobre a proibição ao casamento.
"É tanto misticismo que existe em torno desse programa que a gente fica com medo que o governo cubano peça para ele voltar para Cuba porque ele quer continuar no programa e concluir os três anos dele. A gente só quer casar. A gente só quer o direito humano de casar", diz LetÃcia.
"Ele tem pai e mãe e quer ter a liberdade de todo ano poder visitar os pais em Cuba pelo programa."
"É o lugar perfeito para levar as namoradas porque não tem onde gastar", brinca ela.
"A gente quer ficar junto onde quer que seja, no Brasil ou em Cuba", conta ela, que cogita tentar viver na ilha caribenha caso não consiga um final feliz.