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Petrobras põe à venda US$ 57,7 bi em ativos e reduz plano de investimento
29/06/2015 - LUCAS VETTORAZZO - FOLHA DE S.PAULO

A Petrobras decidiu cortar investimentos e colocar à venda US$ 57,7 bilhões em ativos nos próximos cinco anos.

De acordo com o plano de negócios da Petrobras para o período de 2015 a 2019, divulgado na manhã desta segunda-feira (29), haverá uma redução de 37% em relação ao planejamento de investimentos anterior, para o período de 2014 a 2018.

O plano prevê investimentos de US$ 130,3 bilhões para os próximos cinco anos, média de US$ 26,06 bilhões por ano. A diferença entre o previsto anteriormente, em valores absolutos, é de US$ 76,3 bilhões.


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Para calcular o percentual do corte em relação ao plano anterior, a Petrobras considerou apenas a carteira de investimentos em implantação e também os projetos em fase de licitação.

Foram desconsiderados os projetos em avaliação. O planejamento de 2014-2018, previa, nesses termos, portanto, investimentos de US$ 206,6 bilhões, US$ 41,3 bilhões por ano.

A Petrobras teve que reavaliar seu programa de investimento diante das perdas decorrentes do escândalo de corrupção -- superfaturamentos drenaram o caixa da companhia --, da queda do preço do barril de petróleo, que desvaloriza o principal produto da companhia, e da alta do dólar, que encarece sua dívida.

Também contribuiu para a sangria do caixa a determinação do governo em não subir o preço dos combustíveis quando ocorriam altas no mercado internacional, antes do preço despencar no segundo semestre do ano passado.

Depois de anos de disparidade no preço, os combustíveis foram reajustados no final do ano passado.

A companhia irá concentrar seus aportes em exploração e produção. Dos US$ 130 bilhões anunciados, US$ 64,4 bilhões serão para novas plataformas e sistemas de produção.

Desse total, 91% serão alocados no desenvolvimento do pré-sal.

VENDA DE ATIVOS

O corte no PNG veio dentro da expectativa do mercado, que esperava variação entre 30% a 40% em relação ao plano anterior.

No sábado, a Folha noticiou que o corte seria de 37%.

Além de reduzir seus investimentos, a empresa precisou anunciar desinvestimento, movimento também desejado pelo mercado, que significa a venda de parte de seus ativos.

A empresa não especificou onde irá desinvestir, anunciou apenas que ativos no valor de US$ 57,7 serão vendidos.

Desse total, US$ 15,1 bilhões serão neste ano e no ano que vem. Em 2017 e 2018, o desinvestimento chegará a US$ 42,6 bilhões.

Em comunicado, a Petrobras ressaltou que as "operações de desinvestimentos e outras reestruturações de negócios [estarão] sujeitas às condições de mercado vigentes à época das transações".

PRODUÇÃO

A empresa anunciou também que reduziu suas estimativas de produção para o período até 2020, que faz parte do plano estratégico da empresa para um prazo um pouco maior que os cinco anos.

A estatal pretende chegar a 2020 com produção de 3,7 milhões de barris de petróleo, gás natural e LGN (líquido de gás natural) por ano, um recuo de 30,1% em relação aos 5,3 do plano anterior.

Considerando somente petróleo, as estimativas são de 2,8 milhões de barris por dia em 2020, uma redução de 33,3% em relação aos 4,2 milhões diários previstos anteriormente.

"As metas de produção de óleo, LGN (líquido de gás natural) e gás natural no Brasil foram atualizadas, refletindo postergação de projetos de menor maturidade ou atraso na entrega das unidades de produção, principalmente em função de limitações de fornecedores no Brasil".

PREÇO

A Petrobras também mudou suas estimativas para o preço do barril de petróleo para o período.

No plano anterior, o valor médio do barril começava em US$ 105 em 2014 e ia até US$ 95 em 2018.

Na estimativa atual, o preço ficará em US$ 60 neste ano e não deve passar de US$ 70 até 2019.

Para o câmbio, as estimativas recuaram de R$ 1,92 por dólar para R$ 3,29, até 2019.


  

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