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Consumidor terá de cobrir rombo extra de R$ 4 bi na conta de luz
05/07/2015 - Folha de S.Paulo

Embora já tenha arcado com aumento extra na conta de luz de R$ 3,9 bilhões só de janeiro a abril com as bandeiras tarifárias, o consumidor deve acabar pagando por mais um rombo neste ano.

Segundo dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), o sistema de bandeiras tarifárias, que eleva mensalmente as contas, não foi suficiente para cobrir os gastos extras das distribuidoras com o uso das térmicas e com a compra extra de energia.

De janeiro a abril, as despesas somaram R$ 5,5 bilhões.


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A diferença, de R$ 1,6 bilhão, vem sendo absorvida pelo caixa das distribuidoras.

Segundo a Folha apurou, as elétricas foram à Aneel demonstrar preocupação com o cenário, uma vez que elas estimam só poder suportar descasamentos de até R$ 1 bilhão sem comprometer as atividades ou os investimentos.

Projeções feitas pelo setor, porém, apontam que a conta pendente é ainda maior: um deficit superior a R$ 4 bilhões.

Nesse cálculo, além do descasamento das bandeiras, as distribuidoras consideram quase R$ 2,5 bilhões em aberto com despesas em 2014.

O valor foi gasto com a compra adicional de energia contratada em leilão e com o pagamento das tarifas de transmissão que sofreram ajuste, ambos ainda não restituídos ao caixa das empresas.

Descompasso

A consequência direta do descompasso deve ser o maior repasse de custos para as tarifas nas datas dos reajustes ordinários anuais, que vão até dezembro de acordo com o aniversário do contrato de cada empresa.

Oficialmente, a Aneel confirma que despesas do ano passado afetarão os reajustes até dezembro, mas diz que o deficit das bandeiras tarifárias será eliminado nos próximos meses.

Fora as bandeiras tarifárias, o consumidor enfrenta neste ano outros dois aumentos.

O primeiro, já aplicado, foi o reajuste extraordinário que elevou as contas em até 40%.

Esses aumentos são atribuídos ao uso intensivo de usinas térmicas, mais caras.

O segundo, em aplicação, é o ordinário, que pode ser feito de fevereiro e a dezembro, a depender da empresa.

É nesse momento em que se espera o repasse do deficit atual para os consumidores.

Foi o que aconteceu ontem, sábado, com os clientes da Eletropaulo, em São Paulo, quando começou a vigorar aumento de 17,03% -- percentual para residências.

No caso da distribuidora, o reajuste foi concedido na revisão tarifária, que ocorre a cada quatro anos e substitui o aumento ordinário anual.

Desde o início do ano, a conta para o consumidor residencial da Eletropaulo já subiu, em média, 74,71%.

Outro lado

Oficialmente, a Aneel diz que haverá um equilíbrio nas contas e que o deficit das bandeiras tarifárias será eliminado até o fim do ano.

“Com a elevação do patamar da bandeira vermelha e com a redução do mercado por causa da diminuição do calor, do efeito preço e da campanha de uso racional da energia, os custos a serem cobertos pelas bandeiras passaram a ser inferiores à receita gerada por elas a partir de abril”, defende a agência.

Já para as pendências do ano passado, a reguladora confirma que haverá reflexo nas contas ainda neste ano.

“Custos de 2014 não cobertos pelos empréstimos bancários serão repassados nos processos tarifários deste ano, pois os repasses das bandeiras não os cobrem.”


  

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