Dilma e um agosto infernal 02/08/2015
- Marcela Mattos e Gabriel Castro - Veja.com
Mês que se inicia traz ameaças de todos os lados: na economia, na Justiça, nos tribunais e na sociedade, que vai às ruas protestar contra Dilma Rousseff
Ainda não está claro se o governo Dilma Rousseff chegou ao fundo do poço ou se a situação vai piorar.
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Mas boas pistas surgirão no mês que teve inÃcio ontem, sábado.
Desde a queda de Fernando Collor, em 1992, nenhum governo precisou se preocupar com uma ameaça do tipo.
Na economia, o rebaixamento da nota do Brasil e a consequente perda do grau de investimento pode agravar a situação econômica -- que costuma ter grande influência sobre os nÃveis de popularidade, já baixÃssimos.
A piora de todos os Ãndices importantes, como a inflação, o desemprego e a previsão do Produto Interno Bruto (PIB) mostram que o paÃs segue uma trajetória descendente.
Nesse caso, caso o tribunal opte pela rejeição, caberá ao Congresso decidir se confirma o posicionamento do TCU, o que deixará Dilma vulnerável a um processo de cassação.
Em 16 de agosto, o paÃs deve ter mais um dia de grandes protestos contra o governo.
A depender da quantidade de pessoas nas ruas e do transcorrer dos acontecimentos no Congresso e no TCU, pode ser esse o combustÃvel decisivo para o processo de impeachment.
Se o governo de Dilma Rousseff terminar agosto mais forte do que começou, poderá dizer que o pior terá passado.
Mas, se todos os fatores confluÃrem, a República terá um mês inesquecÃvel.
Veja riscos para o governo em agosto:
Processos de Impeachment
Ao assumir o comando da Câmara, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse ser “descabido†pautar qualquer pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Seis meses depois e após migrar para o campo da oposição, o peemedebista avalia treze documentos apresentados à Casa, entre eles o do Movimento Brasil Livre, que pede o afastamento da petista por causa das pedaladas fiscais. Embora evite antecipar o rumo que dará ao parecer, o novo inimigo declarado do Planalto tem nas mãos mais um elemento para pressionar o já fragilizado governo. Cunha tem mantido conversas com o deputado Paulinho da Força (SD-SP), principal fiador do impeachment da presidente, e promete se posicionar sobre os documentos ainda neste mês.
Manifestação no dia 16
Com a popularidade em queda livre, a presidente Dilma Rousseff será alvo de uma nova manifestação no próximo dia 16. Com o mote “Não vamos pagar a conta do PTâ€, os movimentos Brasil Livre, Vem Pra Rua e Revoltados On Line se organizam para protestar contra o ajuste fiscal, que atingiu os direitos trabalhistas em meio à crise econômica, e pelo impeachment da petista. Se em março os atos se deram de forma apartidária, o movimento agora vai contar com o apoio de lideranças da oposição. O PSDB planeja fazer inserções na televisão e no rádio para convocar a população a ir à s ruas.
Com a economia em frangalhos, os problemas que atingem diretamente os brasileiros, como inflação e desemprego às alturas, não têm previsão de serem controlados. Somando a isso, o governo depende de um Congresso rebelde para aprovar a nova meta de superávit primário, que passou de 1,2% para 0,15% do PIB. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, já afirma que a meta não será atingida – o que enfraquece ainda mais as promessas feitas pelo governo.