Spider alega o uso de ansiolítico e de viagra contaminado em sua defesa 12/08/2015
- Combate.com
Dois dias antes da primeira audiência informativa frente à Comissão Atlética de Nevada (NAC), a defesa de Anderson Silva enviou sua resposta à queixa feita pela entidade contra o lutador, devido a exames positivos para substâncias proibidas antes e depois de sua luta contra Nick Diaz em 31 de janeiro, pelo UFC 183, em Las Vegas.
No documento, obtido pelo Combate.com, a equipe do ex-campeão dos pesos-médios do Ultimate nega o uso consciente das substâncias proibidas drostanolona e androsterona, mas admite que o lutador consumiu ansiolíticos na véspera da luta, por ansiedade e insônia.
Além disso, a defesa alega que as demais substâncias proibidas que apareceram nos exames foram resultado de contaminação de suplementos usados por "Spider", incluindo um que teria sido para "melhorar a performance sexual".
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Como reportado nos últimos meses por diversos veículos, uma das estratégias da defesa de Anderson Silva é desqualificar os resultados positivos dos exames do dia da luta, para os quais cedeu amostras de urina e sangue antes e após o combate para dois laboratórios diferentes.
Os exames realizados pelo laboratório Sports Medicine Research and Testing Laboratory (SMRTL) apontaram a presença de drostanolona, mas os resultados dos testes feitos pelo Quest Diagnostics não encontraram os anabólicos. Baseado nisso, a equipe pede que a NAC descarte a queixa.
O processo, porém, inclui também um exame surpresa realizado em 9 de janeiro, que apontou a presença de drostanolona e androsterona, e outro realizado após a luta, que apontou a presença dos ansiolíticos temazepam e oxazepam.
Os dois últimos tiveram seu uso admitido por Anderson Silva, que afirmou ter ingerido as substâncias para combater sua ansiedade e insônia na noite anterior ao combate, que marcava seu retorno ao MMA após mais de um ano lidando com uma séria lesão na perna esquerda.
A defesa alega, porém, que o lutador não falhou em informar o uso dessas substâncias em seu questionário médico pré-luta, já que este foi assinado e entregue antes do seu uso.
Quanto à drostanolona, o documento afirma que Anderson estava usando um "suplemento com o propósito de melhorar a performance sexual", e que testes realizados com o suplemento posteriormente às acusações revelaram que este estava contaminado com metabólitos de drostanolona.
Quanto à androsterona, a defesa alega que um dos suplementos que o lutador estava usando "poderia estar contaminado" com a substância, mas não especifica qual.
ENTENDA O CASO
Anderson Silva foi flagrado por uso de drostanolona e androsterona -- dois esteroides anabolizantes -- em teste antidoping surpresa realizado no dia 9 de janeiro, mas o resultado só foi divulgado dois dias depois do UFC 183, que aconteceu em 31 de janeiro de 2015.
Um segundo exame, feito no dia 19 de janeiro, deu negativo para todas as substâncias proibidas.
Exame do dia 31 de janeiro, no entanto, apontou nova presença de drostanolona, além dos ansiolíticos temazepam e oxazepam, usados no combate à ansiedade.
O documento que servirá de base para a audiência disciplinar contra Anderson Silva foi divulgado em 18 de fevereiro e possui 37 páginas, incluindo cópias de todos os exames positivos.
No dia 31 de janeiro, Spider se submeteu a exames de urina, sendo um antes de subir ao octógono e outro quando voltou para o vestiário.
Ambos apontaram presença de drostanolona, mesma droga que já havia aparecido no teste feito no dia 9 de janeiro.
Após o duelo contra Nick Diaz, Anderson ainda se submeteu a um outro exame de urina, que apontou a presença dos ansiolíticos, substâncias presentes em sedativos e relaxantes musculares.
O exame de sangue, por sua vez, teve resultado negativo.
No início do mês, o blog “Na Grade do MMA” divulgou que, no dia da luta contra Nick Diaz, Anderson cedeu amostra de urina às 18h39 (horário local) para o Laboratório Quest Diagnostics, e, às 18h41, outra amostra para o Sports Medicine Research & Testing Laboratory (SMRTL), de Salt Lake City, laboratório credenciado pela Wada (Agência Mundial Antidoping).
O teste do SMRTL encontrou drostanolona, e o analisado pela Quest, que também buscou por agentes anabólicos e mascarantes, nada apontou.
O resultado negativo não foi anexado ao processo, segundo a NAC, porque só os exames positivos são utilizados como base da denúncia contra o atleta.
Anderson Silva já cumpre suspensão temporária desde audiência disciplinar realizada em 18 de fevereiro, assim como seu adversário no UFC 183, Nick Diaz, que foi flagrado no exame antidoping pós-luta por uso de maconha.
Como punição, o procurador geral de Nevada, Christopher Eccles, pede que Anderson seja multado em um valor que não pode exceder US$ 250 mil (cerca de R$ 875 mil) -- ele receberia cerca de US$ 800 mil (R$ 2,8 milhões) pelo combate, incluindo o bônus de US$ 200 mil (R$ 700 mil) pela vitória -- e que pague pelos custos de investigação e de laboratório.
O atleta também terá que apresentar um exame de urina negativo para esteroides antes de aplicar para uma nova licença no estado. O procurador geral do estado de Nevada também pede que o resultado da luta contra Nick Diaz seja alterado para “No Contest” (luta sem resultado).
A defesa do lutador (advogado Michael Alonso, conhecido por defender donos de cassino e que já representou Vitor Belfort na época em que o lutador precisava conseguir uma autorização para fazer uso de TRT, em 2014) chegou a pedir três adiamentos para responder à denúncia da NAC, sob a alegação de que Anderson precisava de mais tempo para formular sua defesa.
Spider chegou a afirmar em suas redes sociais que estava analisando todas as substâncias que tomou desde que quebrou a perna na luta contra Chris Weidman, para entender o que poderia ter acontecido.
Por conta do resultado positivo no teste do dia 9 de janeiro, Anderson Silva foi retirado da função de treinador no reality show "The Ultimate Fighter Brasil 4 - Em Busca de Campeões", que foi filmado em Las Vegas.
A NSAC regulamenta as lutas do programa e exige licença tanto do atleta que participa do reality show quanto dos treinadores que fazem parte de seu córner.
Como Spider seria o principal treinador do córner de seu time, a organização vetou a sua continuação no programa e ele foi substituído pelos irmãos Rodrigo Minotauro e Rogério Minotouro.<;font>