S&P também tira de grau de investimento da Petrobras 10/09/2015
- G1-SP
A Standard & Poor's (S&P) tirou nesta quinta-feira (10) o grau de investimento da Petrobras.
A nota da estatal foi rebaixada em dois níveis, de "BBB-" para "BB", com perspectiva negativa.
A ação de rating acontece um dia após o rebaixamento da nota de crédito soberano do Brasil, que perdeu o selo de bom pagador na classificação da S&P.
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A agência anunciou nesta quinta o corte das notas de 31 empresas brasileiras como desdobramento direto da perda do gau de investimento do Brasil.
Vamos continuar avaliando a qualidade de crédito das empresas em uma base contínua em vista da enfraquecida qualidade do crédito soberano e de perspectivas macroeconômicas mais fracas”, destacou a S&P.
Em teleconferência com jornalistas mais cedo, analistas da S&P já tinham sinalizado que a Petrobras corria o risco de perder o grau de investimento como consequência do rebaixamento do Brasil.
Segundo a agência, o Brasil precisa mostrar sólido e consistente comprometimento para reverter a sua situação e voltar a ter grau de investimento.
O G1 procurou a Petrobras e aguarda posicionamento da petroleira.
Na classificação da Moody´s, a Petrobras já tinha perdido em fevereiro o grau de investimento. O rating atual da estatal na Moody´s é "Ba2", dois degraus abaixo do patamar considerado "bom pagador".
Na Fitch, a estatal permanece grau de investimento, classificada com a nota “BBB-", um degrau acima do patamar especulativo.
Na S&P, a Petrobras estava com a nota 'BBB-', no último patamar do grau de investimento, mas com perspectiva negativa desde março.
Consequências para a Petrobras
O rebaixamento do Brasil e da Petrobras pode aumentar as dificuldades de financiamento da companhia. A petroleira enfrenta atuamente o peso de cerca de US$ 140 bilhões em dívida -- maior patamar de qualquer petroleira global -- e seus custos de financiamento tendem a subir enquanto os termos de refinanciamento também ficam mais duros, destaca a Reuters.
Com a perda do grau de investimento confirmada por 2 grandes agências de classificação de risco, alguns fundos de pensão e investimento internacionais ficam obrigados a se desfazer de suas ações da Petrobras e impedidos de fazer novos investimentos na estatal, explica Alex Agostini, economista chefe da agência de classificação de risco nacional Austin Rating.
Outras empresas rebaixadas
Das 31 empresas rebaixadas nesta quinta pela S&P, 22 perderam o grau de investimento. Veja lista:
- Petrobras
- Companhia de Gas de Sao Paulo - Comgas
- Companhia Energetica do Ceara - Coelce
- Elektro Eletricidade e Servicos S.A. (Elektro);
- Transmissora Alianca de Energia Eletrica S.A. (TAESA)
- Neoenergia S.A.
- Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia – COELBA
- Companhia Energética do Rio Grande do Norte – COSERN
- Companhia Energética de Pernambuco – CELPE
- Atlantia Bertin Concessoes S.A. (AB Concessões)
- Rodovia das Colinas S.A.
- Triangulo do Sol Auto-Estradas S.A.
- Arteris S.A.
- Autopista Planalto Sul S/A.
- CCR S.A.
- Autoban - Concessionaria do Sistema Anhanguera Bandeirantes S.A.
- Concessionaria da Rodovia Presidente Dutra S.A.
- Rodonorte Concessionaria de Rodovias Integradas S.A.
- Ecorodovias Concessoes e Servicos S.A.
- Concessionaria Ecovias dos Imigrantes S.A.;
- Santos Brasil Participacoes S.A.
- Samarco Mineração S.A.
Selo de bom pagador
O grau de investimento é um selo de qualidade que assegura aos investidores um menor risco de calotes. A partir da nota de risco atribuída aos títulos de dívidas de países e empresas, os investidores podem avaliar se a possibilidade de ganhos (por exemplo, com juros maiores) compensa o risco de perder o capital investido com a instabilidade econômica local.
Alguns fundos de pensão internacionais, de países da Europa ou os Estados Unidos, por exemplo, seguem a regra de que só se pode investir em títulos que estão classificados com grau de investimento por agências internacionais.